A Disney aposta em atores para dar roupa nova à eterna magia de "A Bela e o Monstro", o antigo conto francês de 1740 que já foi imortalizado pelo estúdio em forma de animação em 1991.

Desde que o diretor Jason Scott Lee irritou os puristas com um Mowgli adulto em "O Livro da Selva" (1994) e principalmente a partir de "Alice no País das Maravilhas" de Tim Burton (2010), o estúdio lançou várias versões atualizadas das suas animações mais famosas, gerando quatro mil milhões de dólares em todo o mundo.

Nos últimos anos, este processo acelerou, tendo em conta os resultados muitas vezes inesperados nas bilheteiras.

Após "Cinderela" (2015) e mais uma versão de "O Livro da Selva" (2016), com efeitos especiais de espantar, é a vez de "A Bela e o Monstro", um dos tesouros da Disney, de receber um 'lifting' em versão carne e osso.

Com a inglesa Emma Watson, de 26 anos, que cresceu a interpretar Hermione Granger na saga "Harry Potter", no papel de Bela, o filme estreia na quinta-feira nos cinemas portugueses.

É pouco dizer que a obra é ansiosamente esperada: o seu trailer foi visto 92 milhões de vezes num único dia, um recorde.

"A Bela e o Monstro" custou a soma impressionante de 300 milhões de dólares, mas não deve ter dificuldades em recuperar os seus custos: já se tornou o filme para toda a família que mais vendeu ingressos em pré-venda da história, de acordo com o site Fandango, batendo "À Procura de Dory".

Os analistas esperam 150 milhões de dólares de receitas só no fim de semana de estreia nos EUA.

Uma nova versão rodeada de polémica

Este também poderá ser um dos 'remakes' mais controversos da história da Disney.

Muitas polémicas movimentaram as redes sociais: da forma do bule da Sra. Potts a uma imagem um pouco desnuda de Emma Watson na revista Vanity Fair, que se defendeu dizendo que expor o contorno dos seios não contradizia o seu compromisso de embaixadora das Nações Unidas para a causa das mulheres.

Para não esquecer a polémica sobre Le Fou, o lacaio de Gaston, claramente gay na nova versão (interpretado por Josh Gad), o que faz dele o primeiro personagem abertamente LGBT dos estúdios Disney.

Pelo menos um cinema do Alabama, estado conservador do sul dos Estados Unidos, recusou-se a exibir o filme. E o governo russo propôs uma proibição antes de declarar o filme impróprio para menores de 16 anos, enquanto o governo da Malásia optou pela censura, cortando 'um momento gay', levando a Disney a optar pelo seu adiamento.

"Qual é o objetivo desta história de 300 anos? Trata-se de olhar mais de perto e aceitar as pessoas pelo que realmente são", afirmou o realizador Bill Condon ("Twilight", "Dreamgirls") numa recente conferência de imprensa com jornalistas, em los Angeles.

"De uma forma simbólica para a Disney, incluímos todo o mundo", acrescentou.

Seis anos após o último dos oito "Harry Potter", Emma Watson, que recusou o papel que valeu o Óscar a Emma Stone em "La La Land" para poder ser ar Bela, surge no mais importante papel da sua vida adulta.

"O slogan do filme é 'um conto tão antigo quanto o mundo' e é verdade", avaliou a atriz na antestreia em Hollywood, cujo elenco apresenta uma verdadeira constelação: Kevin Kline, Emma Thompson, Ewan McGregor, Ian McKellen, Stanley Tucci... e Dan Stevens (de "Downton Abbey") na pele peluda do Monstro.

"Adoro o facto de que, na nossa versão, a Bela não é alguém distante e isolada. No nosso filme, ela é uma ativista na sua própria comunidade", destacou Emma Watson, que disse amar tanto a versão cinematográfica de Jean Cocteau e René Clément de 1946 quanto a animação de 1991.

Se não é um fã das versões 'live action' dos clássicos da Disney, saiba que é melhor preparar para os próximos anos: 13 outros títulos estão atualmente em várias fases de produção, incluindo "Cruela", sobre a vilã de "101 Dálmatas", e ainda "Mulan", "Dumbo" e "Aladdin".

Trailer.

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