O cineasta Alejandro González Iñárritu apresentou na terça-feira no México, país onde nasceu, uma instalação de realidade virtual com a qual procura explorar a condição humana no meio de uma crise migratória mundial.
"Perante a retórica racista e da ignorância, apenas a partir desta plataforma de histórias, humanismo e tecnologia é que posso falar", expressou o vencedor de quatro Óscares, por Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)" (2014) e "The Revenant: O Renascido" (2015) durante a apresentação da instalação, que abrirá as suas portas na Cidade do México a 18 de setembro.
"Carne y Arena", que inclui uma curta-metragem com o mesmo nome que foi exibida no Festival de Cannes este ano, mostra a vivência dos migrantes mexicanos e centro-americanos que querem chegar aos Estados Unidos.
A instalação, apresentada no Centro Cultural Universitário Tlatelolco, contou com a fotografia do também vencedor do Óscar Emmanuel "El Chivo" Lubezki, e é inspirada em histórias reais de migrantes.
Iñárritu, de 54 anos, e que mora em Los Angeles há 16, também lamentou a decisão do presidente americano, Donald Trump, de revogar o programa Daca, que protege da deportação jovens em situação ilegal que chegaram aos Estados Unidos quando eram crianças.
Acrescentou que irá reunir financiamento para levar a instalação a Washington, "onde durante os próximos meses serão tomadas as decisões mais importantes para estes 800.000 jovens", conhecidos como "dreamers".
"Acredito que os dois países [México e Estados Unidos] têm déficits enormes com essas comunidades que beneficiaram economicamente o nosso país, que beneficiaram economicamente, e culturalmente, o país vizinho, e realmente nunca houve uma mão compatriota de poder definir a sua realidade", concluiu.
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