Parecia uma ideia simples para um jantar entre amigos: liberarem os seus aparelhos para que todos tenham acesso às mensagens e chamadas durante aquela noite. Só que a ideia inocente toma contornos perigosos.

Por detrás de "Amigos, Amigos… Telemóveis à Parte!" está um dos grandes realizadores da atual comédia italiana, Paolo Genovese, que tem provado que inteligência e cinema comercial são compatíveis.

“Perfetti Sconosciuti”, no título original (na tradução literal “perfeitos desconhecidos”), teve a segunda maior bilheteira do ano passado no seu país e em passagem pela Festa do Cinema Italiano de Lisboa, ocorrida em abril, um dos seus protagonistas, Edoardo Leo, que faz parte do grupo de atores mais famoso de Itália, conversou com o SAPO Mag sobre o projeto.

A produção vem acompanhada do preciosismo de Genovese, responsável por outro exemplo impecável de cinema de género – “A Família Perfeita”, de 2012. E conforme conta agora o ator, a história, que se passa quase toda no referido jantar, foi filmada em sequência cronológica, funcionando quase como um trabalho teatral.

“A mesa tinha oito lugares, sete para os atores e um para o realizador. Nós começávamos a comer e a representar às 19 horas e seguíamos até às 3”, relata o ator.

O rigor deste projeto filmado à noite num cenário verídico estendia-se aos improvisos.

“O guião era tão bem escrito que não havia espaço para alterações, com uma outra exceção”, garante.

Leo tem como modelo de comparação o seu próprio trabalho como realizador – onde já vai no terceiro filme.

“Filmo de forma coletiva e na base da adrenalina. O Paolo é muito diferente – é muito mais cineasta, mais sereno e atento a todos os pormenores, como os da iluminação”, recorda.

Quanto ao seu personagem, Cosimo, ele é um dos que fica bem manchado quando começam as revelações em cadeia.

“Na Itália normalmente faço papéis positivos, mas neste é ao contrário – ele revela-se a alma negra do grupo. O Paolo jogou com essa minha imagem pública”, esclarece.

E tenciona ele abandonar a interpretação para ser um cineasta de ofício?

“É difícil, tem a ver com o mercado. Mesmo quando realizo, os produtores exigem que também represente. Mas não excluo a possibilidade de, num projeto, perceber que há necessidade de ficar de fora e tentaria convencer os financiadores em relação a isso”, antecipa o ator.

"Amigos, Amigos… Telemóveis à Parte!"  estreou em Portugal na última semana e continua em cartaz, tendo sido já visto por quase seis mil espectadores.

Trailer.

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