Pedro Almodóvar dirigiu
Antonio Banderas em cinco filmes dos inícios das carreiras de ambos:
«Labirinto de Paixões» (1982),
«Matador» (1986)
«A Lei do Desejo» (1987),
«Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos» (1988) e
«Ata-me» (1990). Tanto um como outro conseguiram projecção internacional graças a essas obras. Banderas aproveitou-a rumando a Hollywood e fazendo a partir daí a sua carreira, em filmes como
«A Máscara de Zorro»,
«Desperado» ou
«Evita». Almodóvar manteve-se sempre fiel à sua Espanha natal, embora mesmo assim tenha conquistado dois Óscares em Hollywood, como Melhor Filme Estrangeiro por
«Tudo Sobre a Minha Mãe» e Melhor Argumento Original por
«Fala Com Ela».

Agora, 20 anos depois, realizador e actor voltarão a trabalhar juntos na película
«La Piel que Habito», baseada no romance «Mygale» de Thierry Jonquet e cuja rodagem deverá arrancar em Espanha no final deste ano. Banderas interpretará um cirurgião plástico em busca do homem que violou a sua filha.

Almodóvar já declarou ao jornal «El País» que
«La Piel que Habito» «será um filme de terror sem gritos ou sustos. É difícil defini-lo e, embora se aproxime do género de terror, algo que me cativa e que eu nunca experimentei, não respeitarei nenhuma das suas regras. É o filme mais duro que eu já escrevi e a personagem de Banderas é brutal. Eu podia ter continuado a retratá-lo como um tipo pueril com um esmagador poder de sedução, mas esta personagem é mesmo um psicopata e Antonio, aos 50 anos, é perfeito porque este exercício é completamente diferente de tudo o que fiz até agora».

Quanto à distância de 20 anos que separou a última colaboração entre ambos, o cineasta sublinhou que «ele é exatamente o mesmo que quando se foi embora. Mal ele entrou na porta, foi como se tivéssemos acabado de rodar o «Ata-me» na noite anterior».