A Igreja de Inglaterra está a ponderar avançar para os tribunais após as três principais exibidoras de filmes na Grã-Bretanha terem banido um anúncio religioso que estava previsto ser exibido antes de "Star Wars: O Despertar da Força".

Apesar de ter sido emitida autorização por parte da Cinema Advertising Authority e pelo British Board of Film Classification, as cadeias Odeon, Cineworld e Vue, que têm 80% das salas, recusaram a exibição. Por outro lado, de acordo com o Equality Act [Lei da Igualdade], as organizações comerciais não podem recusar serviços por razões religiosas.

Em comunicado, a Digital Cinema Media (DCM), a agência responsável por colocar publicidade nessas três grandes cadeias de exibidores, argumenta que tem como política não aceitar conteúdos relacionados com crenças, principalmente políticas ou religiosas.

"Alguns anúncios, involuntariamente ou não, poderiam ofender aqueles que professam diferentes sensibilidades políticas, bem como aqueles de fé diferente ou até nenhuma fé" e "em relação a isto, a DCM trata de igual forma todas as convicções políticas e religiosas".

Em resposta, Justin Welby, o arcebispo da Cantuária declarou que era "extraordinária" a proibição de um anúncio de um minuto que mostra a Pai Nosso a ser recitado por várias pessoas, desde crianças a atletas, acrescentando que representava "discriminação religiosa".

"Este anúncio é tão ofensivo como os cânticos natalícios e o serviço religioso no dia de Natal. Deixe-se o público decidir por si mesmo em vez de ser censurado ou imposto", acrescentou.

O padre Arun Arora, responsável pelas relações públicas da Igreja Anglicana, elaborou sobre a decisão.

"Achamos realmente surpreendente, dececionante e bastante desconcertante. A probabilidade de muitas famílias assistirem ao lançamento de um novo 'Star Wars' pareceu uma boa oportunidade para lançar o anúncio e um novo site justpray.uk para promover a oração antes do Natal. O Pai Nosso é rezado por milhares de milhões de pessoas à volta do globo todos os dias e faz parte da vida quotidiana deste país há séculos".

"Por um lado, a decisão dos cinemas é simplesmente pateta, mas o facto que terem insistido nela é realmente perturbador em termos da limitar a liberdade de expressão", acrescentou.

Veja o anúncio banido.