Bill Nighy decidiu chamar a atenção para o que considera ser um problema que está a alastrar na sua área: os atores que acham que, por uma questão de espontaneidade, é melhor não decorar os seus diálogos.

A queixa surgiu quando o Telegraph lhe perguntou qual era o conselho que daria a jovens atores.

"Se se está a fazer qualquer coisa, seja uma peça ou um filme, aprender cada palavra que tem para dizer de trás para a frente e para o lado antes de ir para os ensaios ou para uma rodagem", explicou o respeitado ator britânico de 67 anos.

"Isto pode parecer uma coisa óbvia, mas não é nos nossos dias: existe uma moda de não saber os diálogos. Foi inventada por pessoas que não querem fazer o seu trabalho de casa, mesmo como uma escolha criativa", explicou.

"Não se vai ficar prisioneiro das entoações e portanto é uma falta de respeito pelos colegas. É uma treta de pessoas que não fazem o trabalho de casa", acrescentou.

"Isso é uma coisa importante para saber. [...] Não se pode ensaiar com um livro nas mãos. E não se pode ir e estar no local de rodagem de um filme e não saber os seus diálogos até que alguém liga a câmara. O ensaio não é inimigo da espontaneidade. A ideia no processo é que um ator diga as frases repetidamente até que dê a impressão de que nunca as ter ouvido antes e apenas lhe ocorrem naquele momento. Esse é o trabalho", reforçou.

Bill Nighy, que ganhou popularidade internacional com "O Amor Acontece" e a saga "Piratas das Caraíbas", pensa que este "método" de não decorar está a fazer escola.

"Entrou no sistema de uma forma muito profunda. Os profissionais estão a aconselhar os jovens atores a não aprender. Caiu a esse ponto", lamentou.

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