A atriz e realizadora Agnès Jaoui vai receber um César honorário pela sua carreira aos 59 anos, durante a ´49.ª cerimónia dos´"Óscares franceses" a 23 de fevereiro, anunciaram os organizadores na sexta-feira (19).

O prémio irá distinguir uma “artista completa” com 40 anos de carreira, com cinco longas-metragens como realizadora, incluindo "O Gosto dos Outros" (2000), que ganhou o César de Melhor Filme e Melhor Argumento.

Como atriz somam-se cerca de 50 papéis no grande ecrã, como "Fumar/Não Fumar" (1993) e "É Sempre a Mesma Cantiga" (1997), ambos de Alain Resnais, ou "Un air de famille", de Cédric Klapisch.

Além dos palcos.

“Foi no teatro, em 1987, que a sua carreira realmente descolou e ficou marcada para sempre: lá conheceu um certo [ator] Jean-Pierre Bacri. Uma verdadeira fusão criativa acontece entre eles, dando origem a várias peças e filmes de sucesso”, sublinha a Academia dos César num comunicado de imprensa.

Os dois formaram um dos casais mais famosos do cinema e permaneceram próximos após a separação, até a morte de Bacri em 2021.

Atriz ativista

Agnès Jaoui com Jean-Pierre Bacri em 2008

Como ativista, manifestou-se em 2020 contra o sexismo e a misoginia, contando ter sido “abusada por volta dos cinco anos por um estranho na escada do (seu) prédio”, e depois aos 11 pelo tio, para reduzir o silêncio sobre as questões da violência sexual.

Agnès Jaoui é “a artista feminina mais premiada dos César, com seis estatuetas”, sublinha o comunicado.

As nomeações competitivas aos César devem ser reveladas na próxima quarta-feira (24). O filme "Anatomia de uma Queda", que ganhou a Palma de Ouro em maio, é o favorito.

Os membros da Academia terão um mês para votar, antes da cerimónia a 23 de fevereiro no Olympia, presidida pela atriz e cineasta Valérie Lemercier.

A noite, muitas vezes ocasião para reivindicações políticas ou sociais, será também um batismo de fogo para a nova Ministra da Cultura, Rachida Dati.