Quando rodou «O Senhor dos Anéis», Christopher Lee, então a aproximar-se dos 80 anos e o único elemento da equipa que conhecera o escritor J.R. Tolkien, disse que o seu maior desejo era ainda estar vivo quando estreasse o último filme, «O Regresso do Rei», em 2003.

Na verdade, Peter Jackson não abdicou do ator britânico para uma participação na trilogia «O Hobbit» uma década mais tarde apesar deste, a entrar na sua nona década, já estar demasiado frágil para viajar para a Nova Zelândia.

Nascido em 1922 em Londres, Christopher Lee começou por acumular pequenos papéis nos anos 50 até que a sua colaboração com os estúdios Hammer lhe trouxeram a fama.

Interpretações como Drácula, Múmia e Frankenstein tornaram-no sinónimo do cinema de terror e nas décadas seguintes, apesar do ritmo intenso de trabalho, raramente conseguiu fugir dessa sombra. Fez 22 filmes com outro ator preso no género, Peter Cushing, e a sua estatura imponente levou-o repetidamente para figuras de autoridade, muitas delas pouco simpáticas.

Foi apenas no virar do século e graças à associação a Tim Burton, Peter Jackson e George Lucas que foi apresentado a uma nova geração de espectadores e renovou a reputação e popularidade.

Com uma voz grave muito marcante que também usou na área musical, nomedamente em quatro álbuns de heavy metal, Christopher Lee destacava «O Sacrifício» (1973) como o seu melhor filme e «Jinnah» (1998), como o que tinha a sua melhor interpretação, a de Muhammad Ali Jinnah, fundador do Paquistão.

O ator faleceu no domingo aos 93 anos e a sua morte foi anunciada esta quinta-feira. Com centenas de títulos no currículo filmados em Inglaterra, EUA, França, Itália, Alemanha, Espanha, Rússia, Nova Zelândia e muitos outros países, estes filmes são os que têm as personagens e interpretações que ficam para a história.

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