Christopher Nolan não é um fã da Netflix e dos seus filmes.

Tal como Quentin Tarantino e Paul Thomas Anderson, o realizador da saga "O Cavaleiro das Trevas", "A Origem" e "Interstellar" é um tradicionalista, recusando rodar os seus filmes em formato digital.

Uma prova disso é que o seu trabalho mais recente, o épico de guerra "Dunkirk", quase todo feito com câmaras IMAX, vai ter o maior lançamento dos últimos 25 anos de cópias analógicas em 70mm, um formato que, sem ser digital, apresenta imagem mais larga e de qualidade superior às antigas cópias em 35mm.

Por isso, quando o jornal espanhol El Mundo lhe perguntou se considerava uma "heresia" vê-lo na televisão, como por exemplo na Netflix, o realizador não deixou espaço para dúvidas: "Obviamente".

Mas Nolan foi ainda mais longe e apresentou um ponto de vista polémico: para ele, o serviço de streaming é uma moda passageira e não faz filmes a sério.

"A televisão existe desde os anos 50 e a Netflix é televisão. Quem se importa com a Netflix? Não penso que afete ninguém, não é mais do que uma moda, uma tempestade num copo de água. Qual é a definição de um filme? Algo que dura duas horas? Um género específico? Não é isso. O que sempre definiu um filme é que se veja num cinema. Nem mais, nem menos", defendeu.

A seguir, também deixou claro que não apoia a presença das produções Netflix na corrida aos Óscares ou em festivais de cinema.

"O facto de a Netflix estar a fazer filmes para televisão e que compitam nos Óscares ou no Festival de Cannes significa apenas que usam o cinema como uma arma de promoção. E não importa. Podem fazê-lo. Agora, se eu dirigisse um festival de cinema não os aceitaria pois não são filmes. Mas isso é uma decisão de cada festival, ou da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas", concluiu.

"Dunkirk" estreia a 20 de julho em Portugal... nas salas de cinema.

Trailer.