"As características do próprio PUFF, mas também do espaço escolhido, tornam os contactos e a interacção muito mais propícios e quase obrigatórios", explicou o diretor do Festival, Pedro Leitão, à agência Lusa. "Por outro lado, apostando muito nas redes sociais, os próprios realizadores tiveram oportunidade de cruzarem ideias e contactos", prosseguiu.

O responsável explica que o PUFF, que decorreu este fim de semana em Nova Iorque, é "um festival internacional de cinema alternativo, experimental e irreverente que pretende apresentar novos artistas oriundos dos quatro cantos do mundo, que têm habitualmente oportunidades reduzidas de mostrar os seus trabalhos."

Pedro Leitão diz que o festival mostrou "perto de 30 horas de filmes alternativos, irreverentes e experimentais", e foi "positivo para a organização, que teve oportunidade de levar o nome de Portugal lá fora - positivo para os jovens realizadores nacionais, que puderam apresentar os seus trabalhos para alem fronteiras, e positivo para a cidade anfitriã, que teve oportunidade de ver filmes inéditos".

O director do festival diz ainda que, "para um evento estrangeiro que faz a sua primeira verdadeira viagem além-fronteiras, a adesão foi muito positiva."

"O público foi maioritariamente americano e era composto sobretudo por profissionais das indústrias criativas, muitas vezes o público mais curioso e exigente", explica.

O ator Tiago Castro, que foi o embaixador do festival, diz que, "infelizmente", o cinema português continua a não ser reconhecido internacionalmente.

"Manoel de Oliveira continua a ser a nossa referência além fronteiras e, mesmo assim, dentro do círculo do cinema de culto. Há definitivamente curiosidade, mas a oferta e distribuição à escala do cinema 'mainstream' é bastante reduzida", explica o actor que, em outubro, estreia a sua primeira longa-metragem no mercado americano, "Jersey Shore Massacre".

Castro, que vive em Nova Iorque há quatro anos, depois de ter ganhado notoriedade nas novelas "Morangos com Açúcar" e "Fascínios", da TVI, acredita que, com festivais semelhantes a este, "os americanos comecem finalmente a conhecer um bocado do cinema português."

"Estes festivais são importantíssimos para projetar o nosso cinema nos Estados Unidos", defende Tiago Castro, dizendo que "há realizadores novos, com muito talento, e que, mesmo com poucos meios, conseguem fazer trabalhos notáveis."