Começa no sábado, 10 de dezembro, a mostra de cinema “A Experiência Afro-Brasileira na Tela”, terceiro ciclo do Queer Lisboa – Festival Internacional de Cinema Queer em colaboração com o Africa.Cont.

O programa que vai passar na Cinemateca Portuguesa pretende fazer uma leitura queer da representação cinematográfica da diáspora africana no Brasil, salientou a organização.

A programação inclui clássicos do cinema brasileiro, um programa de curtas-metragens de novas realizadoras afro-brasileiras, intitulado “Novas Vozes Femininas no Cinema Afro-Brasileiro” e que contará com a presença em Portugal da cineasta e ativista Viviane Ferreira, além de vários títulos que refletem sobre o papel que as religiões do candomblé e da umbanda tiveram na prevenção e luta contra o VIH/Sida.

A inauguração do ciclo no sábado às 21h30 fica por conta de "Barravento", primeira longa-metragem de Glauber Rocha, centrada na história de um homem que luta pela libertação da sua comunidade de antigos escravos, onde sexualidade e espiritualidade são explorados enquanto confronto de forças nem sempre opostas.

O encerramento está marcado para as 21h00 de quinta-feira, 15 de dezembro, com um clássico do cinema brasileiro, "A Rainha Diaba", filme de Antônio Carlos da Fontoura que recupera a figura mítica que nos anos 1940 ficou conhecida como “Madame Satã”, um negro, boémio, homossexual, aqui interpretado por Milton Gonçalves.

No domingo ainda existe um programa de entrada livre na Casa Independente dedicado ao candomblé e à umbanda, que inclui a apresentação da curtas-metragens e um debate que pretende refletir sobre a importância histórica destas religiões no Brasil e o modo como ainda hoje são um reduto de resistência social e política.