Documentários sobre o artista visual Robert Mapplethorpe e o pugilista Muhammad Ali, uma conversa filmada com o arquiteto Álvaro Siza e um filme que segue o rasto da carreira de David Bowie integram a secção Heartbeat do festival Doclisboa.

A secção, não competitiva, abre na sexta-feira com o filme "Sons do Gueto", dos britânicos Tim & Barry, sobre a editora Príncipe Discos, que deu visibilidade nacional e internacional a um movimento da música eletrónica portuguesa, de influência africana, feita nos subúrbios e bairros sociais de Lisboa.

Desde 2012, a editora já deu a conhecer nomes como DJ Marfox, Photonz, DJ Nigga Fox, Nídia Minaj e Puto Anderson tanto em edições discográficas como na programação de atuações regulares no Musicbox, em Lisboa, intituladas "Noites Príncipe".

Até ao dia 30, o Doclisboa exibirá no Heartbeat cerca de 20 filmes, entre os quais "Bowie, Man with a Hundred Faces or the Phantom of Hérouville", do francês Gaetan Chataigner, feito em 2015 e encomendado pelo canal France 4 pouco antes da morte de David Bowie.

Com recurso a imagens de arquivo e entrevistas, o filme recupera a época em que David Bowie esteve, na década de 1970, na casa/estúdio Château d'Hérouville, onde gravou os álbuns "Pin Ups" e "Low".

Foram selecionados ainda "Having a Cigarette with Álvaro Siza", de Iain Dilthey, "David Lynch: The Art Life", de Jon Nguyen, Olivia Neergaard-Holm e Rick Barnes, "Mapplethorpe: Look at the Pictures", de Fenton Bailey e Randy Barbato, e "Muhammad Ali, the Greatest", filme de 1974 de William Klein sobre o pugilista antes conhecido como Cassius Clay, que morreu em junho passado.

Destaque ainda para a curta-metragem "O Dia em que a Música Morreu", uma ideia do grupo Linda Martini filmada por Bruno Ferreira com os mineiros de Aljustrel, para "Junun", de Paul Thomas Anderson, sobre a gravação de um álbum no Rajastão, e "Inside the Mind of Favela Funk", de Fleur Beeemster e Elise Roodenburg, rodado no Rio de Janeiro.

O 14º DocLisboa, o festival internacional dedicado ao documentário, decorre em várias salas da capital, como a Culturgest e o cinema São Jorge, até 30 de outubro.