Maio de 1940: 400 mil soldados britânicos estão cercados na praia francesa de Dunquerque, presos entre as tropas alemães e o mar, enquanto os aviões inimigos os bombardeiam para evitar que regressem ao seu país.

Do outro lado do Mar do Norte, a Royal Air Force decide enviar várias equipas para defender as embarcações e os seus soldados desprotegidos. Paralelamente preparam uma operação ambiciosa e inédita: as autoridades britânicas enviam centenas de pequenos barcos, tripulados por civis, para socorrerem os seus soldados.

Em nove dias, 338.220 soldados - na sua maioria britânicos, mas também franceses e belgas - foram evacuados em condições extremas pelos chamados "little ships".

No seu filme, que já chegou a Portugal, o realizador Christopher Nolan, conhecido por "A Origem", "Interestelar" e a trilogia "Batman", retrata esta operação conhecida como "Dínamo" ou a "Evacuação de Dunquerque".

Mais do que um filme de guerra, "Dunkirk" é, sobretudo, a história de uma fuga. "Um suspense de ação", "um filme sobre a sobrevivência", diz Nolan ao descrever esta longa-metragem em que o inimigo, o alemão, é invisível até ao último minuto.

Embora no elenco se destaquem atores conhecidos - Tom Hardy, Cillian Murphy, Kenneth Branagh, Mark Rylance -, Nolan decidiu completar a equipa com rostos novos como Fionn Whitehead, Tom Glynn-Carne e a estrela do pop britânico Harry Styles.

Rostos novos

"Milhares de jovens passaram pelos testes de elenco. Queríamos a todo custo rostos novos, pessoas desconhecidas, mas paradoxalmente quem conseguiu o papel foi Harry. Não sabia que era tão conhecido!", admite Nolan sobre o cantor, que tem mais de 30 milhões de seguidores no Twitter.

Aquele que é um dos membros do grupo One Direction interpreta um jovem soldado britânico desesperado para escapar de Dunquerque. "A representação de Harry foi incrível", assegurou Nolan.

Ao contrário de quase todos os grandes de Hollywood, o realizador evitou usar efeitos especiais no seu filme.

Insistiu em utilizar os locais reais onde tudo aconteceu, assim como verdadeiros navios de guerra, aviões da Segunda Guerra e muitos dos "little ships" originais que levaram os soldados sãos e salvos de regresso a Inglaterra.

"Para mim era impossível filmar noutro lugar, sem que importasse as dificuldades que isso podia representar", contou Nolan, que para a rodagem fez com que restaurassem mais de um quilómetro do cais.

"O filme inteiro foi um desafio, não trabalhamos em condições normais", contou Styles à agência AFP antes da estreia na cidade de Dunquerque no domingo.

"Chris é muito visceral na sua forma de trabalhar, que pode ser intensa às vezes. É claro que não foi nada comparado com a verdadeira história [...] mas sim, foi difícil", acrescentou.

Durante algum tempo, Nolan, conhecido pela sua audácia técnica e narrativa, pensou fazer "Dunkirk" 'quase como um filme mudo', dando mais importância às imagens e aos efeitos de som em detrimento dos diálogos.

"Tentei fazer o cinema puro", com a ajuda de enormes câmaras Imax e com grandes rolos de 70mm, duas vezes o tamanho do formato habitual, para fazer desta produção "uma experiência angustiante e real".

Trailer.

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