Poucas vezes nos últimos tempos um filme terá suscitado reações tão visceral e unanimente negativas como “Emoji: O Filme”, que estreou no final da semana passada nos EUA. A nova fita animada da Sony conseguiu o prodígio de ter 0% de críticas positivas no site agregador de críticas Rotten Tomatoes (agora já vai nos 6%) e praticamente todas elas são absolutamente devastadoras no grau e no tom de comentários negativos atribuídos ao filme.

O filme, realizado por Tony Leondis, decorre num universo de Emojis, os ideogramas habitualmente usados nas comunicações eletrónicas, e tinha, nesse sentido, um potencial de reconhecimento por parte do público muito assinalável. Só que, ao contrário do que sucedeu com “O Filme Lego”, em que se conseguiu extrair um filme de grande qualidade e sucesso a partir da exploração de uma marca, aqui todas as críticas apontam para um imenso desperdício do conceito inicial.

Uma das críticas mais citadas nesse sentido tem sido a de Alonso Duralde no site The Wrap, que sublinha que o filme é um “desastre esmagador porque não tem humor, ideias, estilo visual, interpretações cativantes, um ponto de vista ou qualquer outra característica distintiva que o torne algo mais que um completo desperdício do nosso tempo”.

Ainda não é evidente que consequências terão as críticas negativas nas bilheteiras, sendo que nem sempre elas são determinantes na performance dos títulos mais juvenis. Estreado na última sexta-feira nos EUA, o filme faturou 25,7 milhões de dólares, valor abaixo das previsões iniciais mas que ainda está longe de ser considerado um desastre, tendo em conta que o filme custou cerca de 50 milhões.

Era esperado que o filme ocupasse o primeiro lugar nas bilheteiras do fim-de-semana, mas foi ultrapassado por “Dunkirk”, de Christopher Nolan, que à segunda semana em cartaz faturou cerca de 28 milhões de dólares e confirmou que o boca-a-boca excepcionalmente positivo lhe poderá resultar numa estadia mais prolongada nas salas de cinema.

Por esta altura, o destino de “Emoji: O Filme” nas bilheteiras ainda não é completamente claro. Por um lado, ele é já o filme de animação com pior performance entre aqueles que abriram nos EUA com mais de 4.000 salas, mas por outro fez cerca do dobro da facturação no primeiro fim-de-semana do filme anterior da Sony Animations, “Smurfs: A Aldeia Perdida”. As projeções atuais determinam que o filme deverá terminar o seu percurso americano entre os 60 e os 75 milhões de dólares, esperando-se muito mais que isso do mercado internacional, o que tendo em conta os 50 milhões de dólares de orçamento está muito longe de ser o rotundo flop que a maioria da imprensa assinala.

Em Portugal, “Emoji: O filme” tem estreia agendada para 10 de agosto.

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