O procurador de Manhattan, Cyrus Vance, negou esta segunda-feira ter protegido Harvey Weinstein, cujo advogado doou 10.000 dólares para a sua campanha eleitoral depois da sua decisão de não apresentar um processo por agressão sexual contra o famoso produtor de Hollywood.

"Em sete anos como procurador, nunca deixei que a riqueza, o poder, a cor da pele ou contribuições eleitorais de quem quer que seja influenciem as minhas decisões", disse o procurador democrata numa carta enviada ao jornal The Daily News.

Vance, que espera ser reeleito por um período de quatro anos no mês que vem, pediu "uma auditoria independente" sobre o modo como o seu gabinete administra as doações de campanha.

A auditoria, realizada pelo Centro para a Defesa da Integridade Pública, que depende da Universidade de Columbia, levará 90 dias para concluir a investigação e os resultados só serão conhecidos após as eleições.

Vance, de 63 anos, espera assim acalmar os ânimos após a chuva de críticas recebida nos últimos dias.

Em primeiro lugar, por sua decisão de não apresentar processos contra os filhos de Donald Trump, Ivanka e Donald Jr., acusados de propaganda mentirosa relativamente a um dos seus edifícios no bairro do Soho.

Quando se soube que ele não quis abrir um processo contra Harvey Weinstein em 2015, quando a modelo italiana Ambra Battilana Gutierrez fez uma queixa à polícia por agressão sexual, inclusive com gravações em que o produtor admite que a tocou no seio e insistiu para que ela o acompanhasse até ao seu quarto.

Vance garante que em nenhum dos casos havia provas suficientes para avançar judicialmente, mas os seus críticos afirmam que as suas decisõesforam influenciadas pelas contribuições financeiras que recebeu dos advogados de Trump e de um dos advogados de Weinstein, David Boies.

Na quinta-feira, a polícia de Nova Iorque informou que abriu uma investigação sobre as acusações da atriz Lucia Evans, que denunciou que Weinstein a obrigou a praticar sexo oral em 2004.

Dezenas de atrizes, modelos e assistentes denunciaram que foram assediadas por Weinstein, enquanto cinco afirmam terem sido violadas pelo poderoso produtor de Hollywood.

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