O elenco de "O Despertar da Força", com Harrison Ford à frente, revelou novos detalhes sobre o próximo filme da saga "Star Wars", que começa a estrear em todo o mundo a partir de quarta-feira.

Ford volta a interpretar, mais de 30 anos depois, o piloto Han Solo, personagem icónico de "Star Wars" que o lançou para uma carreira de sucesso.

"Foi fácil voltar a interpretar a minha personagem. Fiquei muito interessado com a direção que iria seguir nesta nova etapa", disse o ator, de 73 anos, durante uma muito aguardada entrevista com a comunicação social no domingo, a última antes da antestreia que se realizou na segunda-feira ao fim da tarde em Los Angeles.

"É difícil falar sobre as diferenças que existem entre a primeira trilogia e este episódio, mas fazem com que me sinta bem, é agradável estar de novo em casa", destacou.

O capitão Han Solo retorna principalmente para estabelecer uma ponte entre o passado e o futuro da saga espacial, que tem milhões de fãs em todo o mundo desde o primeiro filme, que estreou em 1977.

A princesa Leia (Carrie Fisher), C-3PO (Anthony Daniels) e Chewbacca (Peter Mayhew), além de R2-D2, também aparecem para abrir espaço à nova geração de protagonistas de "Star Wars".

Luke Skywalker aparece nos créditos, mas é uma das grandes grandes incógnitas do filme. Mark Hamill, o ator que interpreta o Jedi, não apareceu nos últimos trailers, nem no poster oficial, e tampouco participou no domingo na conferência de imprensa.

A história de "O Despertar da Força", que estreia nos cinemas de todo o mundo entre 14 e 18 de dezembro, também continua a ser um mistério, excepto para os mais de cinco mil privilegiados que assistiram à antestreia.

A Disney, proprietária desde 2012 dos direitos da saga criada pelo cineasta George Lucas e que já arrecadou mais de 4,4 mil milhões de dólares, conseguiu manter o segredo até o fim.

O estúdio não permitiu sequer que a imprensa especializada assistisse ao filme, uma decisão rara na indústria do entretenimento.

O único elemento divulgado é que a trama se passa 30 anos depois de "O Regresso de Jedi" (1983).


"Coragem, amizade e lealdade"

John Boyega, um dos novos integrantes da saga, ao lado de Daisy Ridley, Oscar Isaac, Adam Driver, Lupita Nyong'o e Gwendoline Christie, descreveu de forma superficial que o filme "tem seres humanos, wookies, naves espaciais e caças".

"Tem uma mensagem de fundo que fala de coragem, amizade e lealdade", disse Boyega, que interpreta Finn, um soldado imperial [stormtrooper] que passa para o lado dos rebeldes.

A estratégia da Disney criou uma expetativa gigantesca e representou uma grande pressão para o elenco, mas todos elogiam a tática, incluindo o diretor J.J. Abrams, ávido por "surpreender os espectadores".

"A primeira pergunta [que nos fizemos] foi: O que queremos sentir e o que queremos que o público sinta?", contou o cineasta.

A partir do questionamento, Abrams e Lawrence Kasdan - argumentista de "O Império Contra-Ataca" (1980) e "O Regresso de Jedi" - tiveram carta branca para inventar uma nova história.

"Tivemos que ir para trás para poder avançar", admitiu Abrams, mas "O Despertar da Força" "não é uma viagem nostálgica", destacou.


A força das mulheres

O Episódio VII, que abre a terceira terceira trilogia, é o mais feminino de todos até ao momento.

A princesa Leia, que estabeleceu um precedente na história do cinema há mais de três décadas, passa a responsabilidade agora a Rey (Daisy Ridley), no lado bom da força.

Sobre a personagem, sabe-se que a família a abandonou quando tinha cinco anos no planeta Jakku e que, desde então, cuida de si mesma.

"É corajosa e vulnerável", disse Ridley.

O lado negro tem a capitã Phasma, comandante dos soldados imperiais, interpretada por Gwendoline Christie, da série "A Guerra dos Tronos").

Criar esta personagem foi "muito progressista", comentou a atriz. "Faz-me pensar que representa o tipo de coisa que o público quer ver no cinema", disse.

A vencedora do Óscar Lupita Nyong'o interpreta Maz Kanata, uma personagem que ela representa através da técnica de captura de movimentos [motion capture].

A contagem decrescente para o dia em que vai chegar às salas de cinema foi um verdadeiro teste de paciência para os fãs: muitos já compraram os bilhetes para estar entre os primeiros a ver o filme na primeira sessão, enquanto outros lançam todo tipo de teorias sobre a história nas redes sociais.

"Estou consciente do valor que o público dá a estes filmes", disse Ford.

"Estou grato que tenha passado de geração em geração e que continuem com uma audiência", continuou.