É o caso que persegue Roman Polanski há décadas: em 1977, no âmbito de um acordo judicial, o realizador polaco reconheceu ser culpado da violação de Samantha Geimer, uma menor de 13 anos, mas deixou os EUA antes de ser sentenciado ao descobrir que as autoridades norte-americanas se preparavam para, ao contrário do que estava acordado, exigir o cumprimento de uma pena de prisão. Desde então, as autoridades norte-americanas têm desenvolvido todos os esforços para o extraditar.

A mais recente iniciativa teve lugar esta quinta-feira, quando solicitaram ao governo polaco que detivesse o realizador quando este estava a visitar o país no âmbito da abertura de um museu judaico em Varsóvia. Interrogado por procuradores em Cracóvia, ficou em liberdade.

De acordo com um porta-voz do ministro da justiça, «Roman Polanski disse que se iria submeter a todos os pedidos feitos pelos procuradores neste caso e forneceu a sua morada. Assim, estes decidiram não o deter tendo em vista um possível pedido de extradição dos Estados Unidos».

Martyniuk indicou que a extradição ainda era possível, mas uma vez que as Estados Unidos ainda não tinham feito o pedido, «Polanski é um cidadão livre e pode viajar».

Em 2009, Polanski foi detido na Suíça, onde se deslocara para receber um prémio de carreira, após as autoridades norte-americanas apresentarem um mandato de captura. Esteve detido 67 dias e passou nove meses em domiciliária até as autoridades rejeitarem o pedido de extradição.

O realizador de 81 anos, premiado com o Óscar por «O Pianista», tem dupla nacionalidade, francesa e polaca, e visita com frequência o seu país natal. No início do ano, manifestou a intenção de aí rodar, desde que tivesse garantias de segurança por parte das autoridades, um filme sobre o caso Dreyfus, relacionado com a condenação por alta traição de Alfred Dreyfus, um oficial do exército francês de origem judaica, e o posterior escândalo quando se verificou que era inocente e as autoridades tentaram encobrir que as provas tinham sido forjadas.