A Festa do Cinema decorre entre segunda e quarta-feira, com bilhetes para as sessões de cinema a custarem 2,5 euros, e espera conquistar pelo menos 200.000 espectadores, disse à agência Lusa Nuno Sousa, da organização.

Esta será a primeira edição da Festa do Cinema, uma iniciativa organizada pelos exibidores e distribuidores portugueses, para «celebrar o ato cultural e social de ir ao cinema», num panorama de quebras consecutivas de espectadores e receitas de bilheteira.

Os bilhetes custarão 2,5 euros para qualquer sessão (com exceção dos filmes Imax, 3D e salas VIP), em qualquer das 500 salas de cinema aderentes, universo que abrange todas as capitais de distrito.

«A expectativa é grande», admitiu Nuno Sousa, que representa os exibidores na organização da Festa do Cinema. Só o facto de exibidores e distribuidores se terem juntado para esta iniciativa «já é uma vitória», disse.

«Quando estamos a falar em 500 salas, são todas. Vai dos grandes grupos de exibição até às salas mais pequenas, aos cineclubes», referiu.

A Festa do Cinema replica uma iniciativa semelhante que existe em França e, em particular, em Espanha, cuja edição acontece precisamente nas mesmas datas.

Mas enquanto em Espanha é preciso uma inscrição prévia para se ir ao cinema, em Portugal o acesso é simplificado, explicou Nuno Sousa. «É só escolher a sessão e comprar o bilhete. É possível comprar bilhete antecipadamente nas exibidoras que têm vendas e reservas 'online'».

Para Nuno Sousa, o mínimo que é esperado na primeira Festa do Cinema é a adesão de 200 mil espectadores em três dias e, se superar as expectativas, a organização pondera fazer uma segunda edição no outono.

O exibidor espera ainda que a Festa do Cinema marque presença no calendário, crie hábito nos espectadores e imprima uma dinâmica no mercado que justifique «que se produzam filmes nacionais para estrear no contexto da Festa».

«É o que acontece já em Espanha», esclareceu.

Em cartaz estão alguns filmes portugueses em exibição, nomeadamente «Capitão Falcão», de João Leitão, «Outro País», de Sérgio Tréfaut, e «Pára-me de Repente o Pensamento», de Jorge Pelicano.

O Cinema Ideal exibirá, no âmbito da festa, três filmes de Paulo Rocha: «Se Eu Fosse Ladrão... Roubava», «Verdes Anos» e «Mudar de Vida», estes em versão digital restaurada.

Um cenário de crise nas salas

A Festa do Cinema acontece num contexto de quebras consecutivas na presença de espectadores nas salas de cinema, cenário justificado por Nuno Sousa pela crise económica e pela multiplicação de plataformas de visionamento de filmes.

Segundo dados do Instituto do Cinema e Audiovisual, Portugal registou, em 2014, os piores valores de consumo de cinema em sala, desde 2004, com 12 milhões de espectadores e 62,7 milhões de euros de receita de bilheteira.

Em 2014 cada sessão de cinema contou, em média, com 20 espectadores.

No entanto, o primeiro trimestre de 2015 apresentou um aumento tanto de espectadores como de receitas, impulsionados pela estreia do filme «As Cinquenta Sombras de Grey».

Entre janeiro e março, as exibições comerciais de cinema em todo o país registaram 3,3 milhões de espectadores e 17,1 milhões de euros de receita bruta de bilheteira.

O registo deverá manter-se em alta no mês de abril, por causa da estreia de «Velocidade Furiosa 7». Desde que se estreou em Portugal, a 2 de abril, já somou mais de 761 mil espetadores e 4,1 milhões de euros de receita de bilheteira.

FILMES QUE OS PORTUGUESES CORRERAM PARA VER NAS SALAS LOGO NA ESTREIA

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