"E agora? Lembra-me", com estreia mundial no festival no dia 8, concorre para o prémio máximo, o Leopardo de ouro, e é um documentário dirigido e protagonizado por
Joaquim Pinto, que vive há vinte anos com os vírus VIH e hepatite C.

O filme reúne "apontamentos sobre um ano de tratamentos experimentais. Uma reflexão aberta e eclética no tempo e na memória, sobre epidemias e globalização, sobre a sobrevivência além de todas as expectativas, a dissidência e o amor absoluto", lê-se na nota de intenções.

Produtor de
João César Monteiro,
Teresa Villaverde ou
José Álvaro de Morais, Joaquim Pinto é realizador de filmes como "Porca Miséria" (2007), "Moleque de rua" (1997), "Das tripas coração" (1992) e "Uma pedra no bolso" (1988).

Depois de Locarno, o filme de Joaquim Pinto, produzido pela CRIM, será apresentado no festival Queer, em setembro, em Lisboa.

Na secção "Pardi di domani", com curtas e médias-metragens de jovens realizadores, será exibida em competição a curta "Versailles", de Carlos Conceição, com Isabel Ruth e João Arrais, no elenco, também produzida pela CRIM.

Do júri daquela secção fará parte o realizador luso-suíço Basil da Cunha, de quem será exibida "Até ver a luz", primeira longa-metragem, que se estreia este mês em Portugal.

Fora de concurso, Locarno apresentará as curtas-metragens "Mahjong" e "O corpo de Afonso", ambos de
João Pedro Rodrigues. A primeira tem correalização de João Rui Guerra da Mata. A segunda integra o ciclo "Histórias de Guimarães", feito no âmbito de Guimarães Capital Europeia da Cultural 2012.

Também fora de concurso, em estreia mundial, será exibido "Se fosse ladrão... roubava", último filme de
Paulo Rocha - que faleceu em dezembro passado aos 77 anos.

O festival prestará homenagem ao realizador que marcou o Novo Cinema português, exibindo ainda dois filmes iniciais: "Verdes Anos" (1964) e "Mudar de vida" (1966), este em versão digital restaurada pela Cinemateca.

Há ainda uma co-produção portuguesa com Suíça e França, no filme "Les grandes ondes (a l'ouest)", do realizador suíço Lionel Baier.

O Festival de Cinema de Locarno abrirá com uma cerimónia de homenagem ao ator
Christopher Lee, que receberá um prémio de excelência.

A primeira sessão, na Piazza Grande - onde decorrem exibições ao ar livre para cerca de oito mil pessoas -, ficará por conta do filme "2 Guns", de Baltazar Kormákur.

Da programação, destaca-se a exibição de uma retrospetiva dedicada ao realizador norte-americano
George Cukor e a atribuição do Leopardo de honra ao cineasta alemão
Werner Herzog, de quem serão exibidos quatro episódios da série documental "Death Row", sobre a pena de morte, que foram apresentados em Portugal no passado mês de abril, no âmbito do festival IndieLisboa.

A atriz Jacqueline Bisset receberá um prémio de carreira.

A 66.ª edição do Festival de Locarno terminará no dia 17 de agosto.