O ator, por seu lado, admite as acusações, noticiadas na quinta-feira, e anuncia o afastamento da vida pública, durante "um longo período", num depoimento que foi publicado integralmente, hoje à tarde, pelo jornal The New York Times.

"The Orchard não vai avançar com a distribuição de 'I Love You, Daddy'”, nos Estados Unidos, comunicou hoje a empresa, que tinha marcado a estreia americana do filme para o próximo dia 17. A apresentação do filme em Nova Iorque, na quinta-feira à noite, foi cancelada, assim como a participação do comediante no programa "The Late Show With Stephen Colbert", da CBS, no mesmo dia em que foi publicada pelo The New York Times.

A distribuição internacional do filme continua porém confirmada, com datas anunciadas para a Europa.

"I love you, Daddy" é uma das antestreias inseridas na programação do Lisbon & Sintra Film Festival, que vai decorrer de 17 e 26 de novembro, em Lisboa e Sintra, com exibição prevista no dia 23, no cinema Medeia Monumental. A estreia comercial portuguesa verificar-se-á pouco depois.

O filme estreou-se em setembro, no festival de cinema de Toronto. A ação centra-se num septuagenário que seduz uma adolescente. A crítica, na altura, associou o enredo à vida de Woody Allen.

O comediante norte-americano Louis C.K. foi acusado de má-conduta sexual para com várias mulheres, incluindo ter-se masturbado à frente delas, de acordo com o jornal The New York Times.

Conhecidas as alegações, Louis C.K. divulgou um depoimento em que admite a verdade das acusações e anuncia o afastamento.

"Estas histórias são verdadeiras", disse o ator, citado pelo The New York Times e pela BBC.

"Na altura, disse a mim mesmo que o que fiz era OK, porque nunca me tinha exibido a uma mulher sem perguntar primeiro, o que também é verdade. Mas o que aprendi mais tarde na vida, demasiado tarde, é que quando estamos numa posição de poder sobre outra pessoa, essa questão não se põe", lê-se no depoimento de Louis C.K., citado pela imprensa.

Ao longo de quatro parágrafos, com mais de 2500 carateres, Louis C.K. lamenta a situação, os danos causados ao canal FX, que acolhe os seus programas de comédia, à distribuidora The Orchard e a todos aqueles "que apostaram" na sua carreira ao longo dos anos.

"Causei dor à minha família, aos meus amigos, aos meus filhos e à mãe deles", escreve o ator.

"Gastei a minha longa e afortunada carreira a falar e a dizer tudo o que queria. Afastar-me-ei agora, durante um longo período de tempo para ouvir".

Na quinta-feira, o canal norte-americano HBO anunciou que Louis C.K. já não vai participar no programa "Night of Too Many Stars: America Unites for Autism Programs", que será transmitido no próximo dia 18. A HBO anunciou ainda que vai retirar projetos antigos do comediante do seu serviço de ‘video on demand’.

A Netflix anunciou igualmente ter desistido da produção de um novo programa de comédia com o ator.

O criador da série "Mad Men", Matthew Weiner, também foi colocado debaixo de fogo na quinta-feira, depois da a ex-guionista da série Kater Gordon o ter acusado de assédio sexual.

Louis C.K. e Matthew Weiner fazem parte da lista de personalidades de Hollywood acusadas de má-conduta. A onda de revelações surgiu após virem a púbico dezenas denúncias de assédio sexual contra o famoso produtor Harvey Weinstein.

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