Um dia, uma indiana que lia palmas da mão previu que ela só atingiria o auge do sucesso quase aos 50 anos.

Helen Lydia Mironoff, filha de mãe inglesa e pai russo que nos anos 1950 anglicizou o apelido para Mirren, celebrou a 26 de julho 70 anos com um percurso coroado de triunfos por todas as áreas da representação por onde passou: o Óscar, o prémio de Melhor Atriz no Festival de Veneza e dois de Cannes, o Tony (teatro) e três Emmy (televisão) destacam-se numa carreira com seis décadas.

Desde 1997 casada com o realizador Taylor Hackford (o mesmo de "Oficial e Cavalheiro" e "Ray"), oficializando uma relação que começou na rodagem de "O Sol da Meia-Noite" (85), que curiosamente teve cenas rodadas em Portugal, a atriz sempre foi um espírito independente, dona de um humor cortante e uma franqueza desarmante, nomeadamente quando confessou em entrevistas ser ateia, consumir cocaína nas festas durante os primeiros anos de adulta e até meados dos anos 1980, ter sido violada na adolescência.... ou querer trabalhar com Vin Diesel em "Velocidade Furiosa".

Quando pensamos nas maiores personagens que interpretou, destacam-se as de carácter forte, como as do seu ídolo, essa (outra) força da natureza chamada Anna Magnani (1908-73).

Uma imagem que rejeita liminarmente: ""Forte" e "decidida" são dois termos que detesto em relação às personagens femininas", afirmou numa entrevista. "É a coisa mais condescendente. É o que se diz quando sobre alguém com três anos. Infantiliza as mulheres".

Apesar do prestígio que sempre granjeou nos palcos, curiosamente a carreira no cinema de "Dame" Helen Mirren foi dominada durante muito tempo por comentários maliciosos por causa da a naturalidade com que aceitava tirar a roupa, nomeadamente em "Homens Maduros" (69), de Michael Powell, onde tinha o seu primeiro papel como protagonista, o infame "Calígula" (1979), o único filme produzido pela Penthouse e que um dia descreveu como uma "mistura irresistível de arte e genitais", ou em "O Cozinheiro, o Ladrão, a Sua Mulher e o Amante Dela" (89), de Peter Greenaway.

Foi "A Sexta-Feira Mais Longa" (1980) que realmente ajudou a lançar a carreira no grande ecrã, seguindo-se trabalhos importantes como "Excalibur"(1981), "Tempo de Guerra" (1984), " 2010 - O Ano do Contacto" (1984) e "A Costa do Mosquito" (1986) , ainda que isso não se tenha refletido nas bilheteiras.

Mesmo após "A Loucura do Rei George" (94), a sua primeira nomeação para os Óscares, Helen Mirren parecia destinada a ser mais uma daquelas atrizes com interpretações irrepreensíveis em filmes britânicos de prestígio, mas pouco vistos fora de fronteiras.

Tudo mudou com "A Rainha" (2006), que a tornou efetivamente uma estrela de cinema internacional aos 61 anos.

A interpretação de Isabel II valeu-lhe um Óscar e um Tony já este ano pela peça "The Audience" e será provavelmente a mais recordada em todas as evocações da sua carreira, a par da detetive Jane Tennison, que viveu ao longo das sete temporadas dessa extraordinária série chamada "O Principal Suspeito" (1991-2006).

Mas existem outras mulheres que vivem graças a esta atriz sinónimo de talento, classe, beleza e carisma.

Veja abaixo uma história em imagens da carreira de Helen Mirren

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