Na última terça-feira, foi anunciado que a equipa do Facebook estava a trabalhar num novo botão, alternativo ao "Gosto" e rapidamente a ideia que se propagou é que seria lançado o "Não Gosto", correspondendo a um desejo de vários anos dos utilizadores.

Na verdade, soube-se pouco depois, o que está a ser implementada é uma ferramenta para "expressar empatia" para com uma partilha, por exemplo "não gostar" da notícia de uma morte.

Mark Zuckerberg, CEO do Facebook, esclareceu que se tratava de um trabalho em curso perto de um primeiro teste, acrescentando: "Não queremos tornar o Facebook num fórum em que as pessoas estão a votar a favor ou contra as atualizações dos outros. Isso não parece o tipo de comunidade que queremos criar: não queremos passar pela situação de partilhar um momento importante do nosso dia e ter alguém a dar-lhe votos negativos.”

Trata-se de uma decisão de negócios prudente: o que aconteceria se os utilizadores começassem a "não gostar" da publicidade que recebem? Uma mais do que previsível quebra de receitas para o Facebook. E pode antecipar-se um abandono em massa da rede social por parte das pessoas que, mais do que os comentários negativos, começassem a acumular números elevados de "não gosto" aos seus conteúdos.

Ainda assim, a notícia de que o Facebook se preparava para oferecer alternativas ao "Gosto" foi o suficiente para deixar preocupadas várias personalidades em Hollywood, cada vez mais sensíveis com tudo o que se passa nas redes sociais.

De acordo com testemunhos recolhidos pelo sítio The Wrap, os estúdios e as estrelas enfrentariam novos riscos e desafios à sua imagem comercial, ficando vulneráveis a uma gama ainda mais vasta de reações aos seus conteúdos.

"Quando se está a pagar para uma campanha no Facebook de um grande filme que não está a ser bem recebido e se dá ao público a hipótese de "não gostar" a duas semanas da estreia? Isto devia fazer toda a gente ficar nervosa", referiu um consultor digital de vários estúdios e canais de TV.

"Se se está a ver 250 "Gosto" para algo e 250 mil "Não Gosto", começa-se a pensar "Pessoas como eu detestam isto". O que a fará parar para pensar", acrescentou.

Uma individualidade importante na indústria mostrou-se mais optimista: "Já existem os fluxos de comentários onde as pessoas podem responder e isso pode ser moderado. Além disso, não é como se esse ícone ["Não Gosto"] já não estivesse representado nos nossos perfis de redes sociais, é um elemento muito importante do YouTube."

No entanto, Matt Atchity, o editor-chefe do sítio Rotten Tomatoes, que sabe bem o que é ordenar opiniões, deixou um exemplo concreto para reflexão.

"Tremo só de pensar no que aconteceria. Imagine se o "Quarteto Fantástico" fosse puramente comercializado no Facebook com "Não Gosto"? Trata-se de um filme que tanto os espectadores como os críticos não gostaram. O Facebook iria totalmente ampliar isso."

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