É um recorde absoluto: os atores de cinema e TV de Hollywood estão em greve há 105 dias e sem fim à vista.

Desde 14 de julho que o Sindicato dos Atores de Cinema e Televisão da América (SAG-AFTRA) e a Aliança de Produtores de Cinema e Televisão (AMPTP) estão divididos em temas como o aumento do salário mínimo e das contribuições patronais para a segurança social e pensões, as compensações de direitos residuais pelas produções exibidas nas plataformas de streaming e as condições mínimas para a utilização da Inteligência Artificial.

As negociações foram retomadas na terça-feira e continuarão hoje, após o SAG-AFTRA pedir mais tempo para analisar a nova proposta da AMPTP.

Em paralelo, existe pressão nos bastidores e contra-informação.

Segundo uma notícia do The Wrap (acesso pago), os estúdios só tencionam negociar durante mais uma semana antes de desistirem e só retomarem... em janeiro.

Segundo uma fonte, se um acordo não for alcançado até ao final da próxima semana, os estúdios acreditam que nenhuma produção poderá arrancar antes de 2024, a temporada de TV estará perdida e não haverá filmes de Hollywood nos cinemas até ao verão (o artigo não esclarece se se tratam apenas das grandes produções).

Nesta perspetiva mais pessimista, "Deadpool 3" e "Missão Impossível 8" não seriam os únicos filmes adiados: para os primeiros meses do ano estão agendados "Madame Web", "The Fall Guy", "Dune - Parte II" (que já mudara de data por causa da greve), "Branca de Neve", "IF", "Furiosa" e os novos "Caça-Fantasmas" e "Planeta dos Macacos".

O início de novembro é considerado o limite para conseguir colocar filmes e séries em produção, o que dificilmente acontecerá depois da época festiva do "Thanksgiving" (Ação de Graças) no dia 23 e começar a contagem decrescente para o Natal, empurrando tudo para 2024, ficando os grandes estúdios sem o incentivo e a pressão para chegarem a acordo.