O Festival de Cinema Itinerante da Língua Portuguesa (FESTin) decorre entre os dias 4 e 11 de maio no cinema São Jorge.

Único evento dedicado ao cinema lusófono em Lisboa, o festival este ano reforça os laços da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) com uma homenagem à instituição.

Para além de filmes e leituras de contos sobre os nove países que a compõem (Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau, Guiné-Equatorial e Timor-Leste), também inclui uma parceria com escolas para uma visita didática à sua sede.

“Cartas de Amor São Ridículas”, cujo título inspira-se num poema de Fernando Pessoa, abre o festival.

No todo, serão exibidos 74 filmes, entre longas e curtas-metragem de ficção e documentários. Para além das três seções competitivas nestas três áreas, surgem outras – como a Mostra de Cinema Brasileiro, a Mostra de Inclusão Social, o FESTin +, dedicado à 3ª idade e a Festinha, para o público infantil.

Na competição de longas-metragens de ficçã,o uma das novidades este ano é atribuição de um prémio especial de Melhor Filme para longa-metragem de ficção por um Júri de Imprensa, constituído especificamente por jornalistas.

A iniciativa também está em consonância com a aposta numa faceta do cinema mais experimental – onde surge a igualmente nova FESTin Arte – uma forma de englobar propostas mais alternativas.

Tal como o nome indica, a itinerância do festival evidencia-se com o périplo mundial que algumas das obras apresentadas fazem ao longo do ano.

Em 2015, entre parcerias e extensões, foram exibidos filmes lusófonos em países como Guiné-Bissau, Timor-Leste, Angola e estabeleceram-se parcerias com o Festival de Gramado, no Brasil, com o festival literário de Óbidos e com a Lusophone Film Festival – que levou obras a países como Quénia, Etiópia, Austrália e Tailândia.

Entre os eventos paralelos, o FESTin apresenta a Oficina de Cinema, Educação e Comunicação Comunitária e a mesa redonda “O Cinema como Forma de Fomentar o Turismo”.

 A nova geração do cinema brasileiro

Em termos puramente cinematográficos, um dos destaques é a força da nova geração do cinema brasileiro, renascida das cinzas no século XXI e que, nos últimos anos, tem cruzado a fronteira e marcado a presença nos festivais de cinema mais importantes do mundo.

É o caso de obras como “Ausência”, um dos títulos que no ano passado ajudou a manter a regularidade da passagem do cinema brasileiro pelo Festival de Berlim. É o caso do próprio realizador, Chico Teixeira, que havia passado pela Berlinale com seu filme “A Casa de Alice”.

A par do certame alemão, o Festival de Roterdão é outro grande impulsionador do cinema do país – que inclui laboratórios e mecanismos de financiamento.

Por lá passaram “A História da Eternidade”, primeiro filme de Camilo Cavalcante, e um dos maiores consensos críticos do Brasil no ano passado.

Também foi no festival holandês que estreou “O Touro”, que aborda a história do rei Dom Sebastião de uma maneira muito especial, num trabalho de Larissa Figueiredo com Joana de Verona como protagonista.

Já no cinema de género, igualmente forte já há alguns anos, nem tudo passa pela uniformização e pela cópia de modelos – trazendo antes momentos vigorosos, como o drama 'shakespereano' com toques de horror de “A Floresta que se Move”, exibido em Portugal na competição do Fantasporto, ou o asfixiante policial com toques de humor de “Mundo Cão” e a aventura romântica com toques policiais que encerra o FESTin, “Jonas”.

Tudo o que se passa à frente e atrás das câmaras!

Receba o melhor do SAPO Mag, semanalmente, no seu email.

Os temas quentes do cinema, da TV e da música!

Ative as notificações do SAPO Mag.

O que está a dar na TV, no cinema e na música!

Siga o SAPO nas redes sociais. Use a #SAPOmag nas suas publicações.