"O Cinema, Manoel de Oliveira e Eu", no qual João Botelho revela a admiração pela obra e a relação com aquele cineasta, estreia-se na quinta-feira, nos cinemas portugueses.

Exibido em abril, no festival IndieLisboa, e em agosto, em Locarno, o documentário chega agora às salas acompanhado da curta-metragem "Ascensão", de Pedro Peralta.

João Botelho é o narrador deste filme, no qual recorda como conheceu Manoel de Oliveira, quando ainda andava na Escola de Cinema, enaltece o pensamento do realizador e comenta excertos de alguns dos filmes que mais estima, como "Amor de Perdição", "Vale Abraão" e "Palavra e Utopia".

No filme, João Botelho recorda algumas das explicações de cinema que aprendeu com Oliveira, como esta: 'Se não há dinheiro para filmar a carruagem, filme apenas a roda, mas filme bem a roda'.

Apesar de ser um documentário, o filme tem nele uma curta ficção, "A Rapariga das Luvas", que João Botelho rodou no final de 2015 a partir de uma história que Manoel de Oliveira lhe contou.

Em abril, quando o filme passou no IndieLisboa, João Botelho contou à Lusa que quis demonstrar a admiração e paixão pelo cinema de Manoel de Oliveira e também lutar contra o esquecimento, um ano depois da morte do cineasta.

Além de excertos de filmes de Oliveira, cenas emblemáticas da história do cinema português, o documentário conta ainda com uma cena de "Conversa Acabada" (1981), a primeira 'longa' de João Botelho, na qual Manoel de Oliveira interpreta o papel de um padre.

'Como um pai, ensinava-me cinema', comenta João Botelho, na narração do filme.

João Botelho, 67 anos, autor de filmes como "Um Adeus Português", "A Corte do Norte", "Conversa Acabada" e "Filme do Desassossego", prepara uma longa-metragem a partir de "Peregrinação", de Fernão Mendes Pinto.

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