A dada altura do filme "La La Land - Melodia de Amor", a personagem de Mia, uma aspirante a atriz interpretada por Emma Stone, escreve, encena e protagoniza um monólogo, que o espetador do filme pouco vê excepto nos momentos em que ela procura na sala por um ausente Ryan Gosling. O humorista Jimmy Fowling decidiu preencher esse vazio e criou "So Long, Boulder City", em que ele próprio se veste de Mia e recria em tom de comédia o que terá sido esse espetáculo.

E se no filme de Damien Chazelle, o monólogo teve muito pouca audiência (o que motiva o regresso de Mia à sua terra natal de Boulder City), esta nova peça tem tido um sucesso fulgurante no pequeno Celebration Theatre de Los Angeles, cujos 47 lugares estão há muito esgotados, e assim ficarão até ao fim do seu percurso, que já foi estendido devido ao seu êxito.

Co-escrito e encenado por Jordan Black (que, tal como Fowling, pertenceu à troupe de humoristas The Groundlings), "So Long, Boulder City" é uma paródia e um comentário não só ao que a dupla considera o ego desmedido e a falta de noção da própria realidade que preside à criação de muitos monólogos mas também às muitas histórias de jovens cheios de sonhos e falhos de talento que chegam a Hollywood com ilusões de sucesso.

“Deixem-se só deixar uma coisa muito clara - este espetáculo é absurdo", afirmou Fowlie ao site Queerty. “Nós apresentamos justificações para os factos a partir do filme, mas isto é também um comentário sobre os monólogos auto-masturbatórios.”

Fowling e Black reviram várias vezes o filme de Chazelle em busca de pistas sobre o passado de Mia que pudessem integrar na peça, que nominalmente é sobre uma jovem que sai da sua pequena cidade no Nevada para conhecer o mundo, mas que funcionaria como biografia velada da própria intérprete que também a escreveu.

Assim, a vida de Mia (a personagem do filme) atravessa a vida de Genevieve (a personagem da peça), com referências diversas ao filme em formato de paródia (a tia que vive em Paris é esquizofrenica, o pai é toxicodependente...), e muito humor em redor da falta de talento da personagem.

O sucesso da peça tem sido muito significativo e fonte da produção comentou ao Hollywood Reporter que o próprio Damien Chazelle, que ganhou o Óscar de Melhor Realizador pelo filme, terá adorado a ideia e que apoiava o projeto.

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