Em "Hannah", segunda longa-metragem do jovem cineasta italiano Andrea Pallaoro, a enigmática Rampling interpreta uma mãe paralisada pela sua lealdade com o marido detido.

O filme evita os diálogos explícitos, mas o espectador não demorará a perceber que o seu marido é acusado de pedofilia.

Este retrato íntimo explora a sua quebra psicológica e a luta para se redefinir como pessoa - sem marido, filho e netos.

Com um estilo narrativo mais clássico, o jovem cineasta francês Xavier Legrand também apresentou esta sexta "Jusqu'à la garde", uma obra-prima sobre o drama das mulheres maltratadas.

Na produção, Myriam (Léa Drucker) e Antoine (Denis Ménochet) divorciam-se e a mãe pede a guarda exclusiva do filho, acusando -nas entrelinhas- o pai de violência. No entanto, o juiz decide pela guarda partilhada.

Antes de chegar a uma escalada de tensão, o realizador mistura as pistas e o espectador questiona-se sobre quem mente e quem manipula.

A Mostra anunciará os vencedores na noite deste sábado e diversas mães estão a concurso. É ainda o caso da norte-americana Frances McDormand, furiosa com a polícia em "Three billboards outside Ebbing, Missouri", de Martin McDonagh. Ou da francesa Ariane Ascaride, que não consegue aceitar uma grande perda em "Villa", de Robert Guédiguian.

Mãe italiana indigna, Micaela Ramazzotti vende os seus bebés em "Una Famiglia", de Sebastiano Riso. E a maquiavélica madrasta Julianne Moore prepara sanduíches envenenadas para o seu sobrinho em "Surburbicon", realizado por George Clooney.

Também está na lista a jovem norte-americana Jennifer Lawrence, protagonista de "Mother!", de Darren Aronovsky, cuja personagem terá um parto complicado.