Foi há 20 anos que estreou "Boogie Nights", conhecido em Portugal como "Jogos de Prazer", o filme responsável por mudar a opinião de Hollywood sobre Mark Wahlberg.

Embora já tivesse participado em "Direita, Volver" (1994), "Grito de Revolta" (1995) e "O Medo" (1996), até essa altura a sua imagem ainda estava muito associada à rebeldia e marginalidade de Marky Mark, a estrela de rap e modelo da roupa interior de Calvin Klein.

Foi o papel de Dirk Diggler, um jovem que se torna estrela da indústria pornográfica californiana nos anos 1970, que ajudou verdadeiramente a lançar a sua carreira e a ganhar o respeito da indústria.

Um que quase rejeitou.

"Nem sequer queria ler o argumento porque não gostava do tema. Depois começamos a ouvir toda a gente na cidade a dizer 'Não, não, tens de ler isto'. Finalmente, peguei relutantemente naquilo, li 35 páginas, pousei e disse 'isto pode ser realmente bom ou pode ser realmente mau'", revelou à ABC News.

A seguir, decidiu ver filmes anteriores do realizador Paul Thomas Anderson e encontrar-se com ele. E aceitou de imediato juntar-se ao projeto.

"Tive de fazer um teste com John C. Reilly, Philip Seymour Hoffman e Thomas Jane. Ofereceu-me o papel no local", recordou.

Agora, nem quer pensar no que teria acontecido se tivesse passado ao lado do filme.

"Foi engraçado porque o Leo [DiCaprio] estava a ter encontros com o Paul e eu com James Cameron", disse, recordando outro grande projeto daquele tempo, "Titanic".

"Nunca me ofereceram o papel ou o que quer que fosse, mas era o que estava destinado e apenas tive sorte de conseguir este", acrescentou sobre a experiência de "Boogie Nights".

Não se espere é que faça uma sequela.

"Meu Deus, o que andaria agora a fazer o Dirk? Se vocês me pedissem agora para fazer esse papel, com a minha idade [45 anos], dificilmente diria que sim porque tenho quatro filhos. Tenho duas filhas. Estou casado e tento não deixar isso afetar o que faço enquanto artista. Mas sendo um pai, seria mais duro tomar agora essa decisão", concluiu.