Martin Scorsese já desistiu de ver muitos dos novos filmes que se fazem nos nossos dias.
Essa é a interpretação que se pode fazer das declarações do lendário cineasta durante uma conferência de imprensa de apresentação do seu novo filme, "Silêncio", onde lamentou a excesso de conteúdos e a perda de significado do cinema.
"Existe uma grande saturação, especialmente como agora está o nosso mundo e em que nada realmente tem um significado. Por exemplo, as imagens estão por todo o lado. O cinema costumava ser uma edificação, ou mesmo na televisão, via-se num filme ou o que fosse. Devo dizer que muitos dos filmes de que estou ciente... e não vejo assim tantos dos novos nos últimos dois ou três anos, parei porque as imagens não significam nada".
O realizador insistiu no ponto de vista: "Estamos completamente saturados de imagens que não significam nada. As palavras também não significam nada, são distorcidas e alteradas. Portanto, onde está o sentido? Onde está a verdade? Temos de nos livrar de tudo".
Martin Scorsese acrescentou que é preciso recordar o que é importante."É a mesma questão que tinha em "Os Cavaleiros do Asfalto" (1973), como é que se pode viver uma vida boa? Uma vida que é boa, no sentido de compaixão e respeito pelos outros, num mundo como o de hoje ou naquele eu que cresci, para ser bastante honesto".
"Silêncio" sobre a viagem de dois padres jesuítas portugueses ao Japão (Andrew Garfield e Adam Driver) pare procurar o seu mentor (Liam Neeson) estreia em Portugal a 19 de janeiro.
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