A caminho dos
Óscares 2017
Sem nunca o mencionar pelo nome, Meryl Streep arrasou a reputação de Donald Trump durante o discurso de aceitação do Globo de Ouro pelo conjunto da sua carreira.
A estrela, grande apoiante de Hillary Clinton durante a campanha presidencial, usou o seu tempo para defender Hollywood, os estrangeiros e a imprensa, alguns dos alvos preferidos do presidente-eleito.
"Quem somos nós? E o que é Hollywood afinal? É só um grupo de pessoas de outros lugares", declarou, antes de enumerar a origem de muitos dos presentes nas salas.
"Onde estão as suas certidões de nascimento. Se os expulsarem a todos, não vão ter nada para ver exceto futebol e "Mixed Martial Arts" [MMA], que não são artes", reforçou.
A estrela acrescentou que existiram "muitas interpretações poderosas este ano", mas existiu uma que a "espantou" mais.
"Não por ser boa. Não havia nada de bom nela. Mas foi eficaz e fez a sua função. Foi feita para fazer as pessoas rirem e mostrarem os seus dentes. Foi aquele momento em que a pessoa que pedia para se sentar no lugar mais respeitado no nosso país imitou um jornalista com deficiência — alguém que ultrapassava em privilégios, posição e capacidade de ripostar. De certa forma, o que vi partiu o meu coração e ainda não consigo tirar [esse momento] da minha cabeça porque não foi num filme — foi na vida real", recordou, referindo-se ao incidente que envolveu Trump e o jornalista do New York Times Serge Kovaleski, que tem artrogripose.
A atriz apelou ainda à imprensa e aos jornalistas para questionarem o poder — "Vamos precisar deles e eles vão precisar de nós para proteger a verdade" — e concluiu partilhando algo que a amiga Carrie Fisher lhe disse um dia: "Pega no teu desgosto e transforma-o em arte."
O discurso.
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