Em comunicado, o ministro afirmou que Maria Eugénia Pinto do Amaral "já fazia parte da memória coletiva como a eterna 'Menina da Rádio'.

Também a Academia Portuguesa de Cinema lamentou a morte da atriz, afirmando que bastaram sete filmes para ter um "lugar inesquecível na História do cinema português".

Maria Eugénia estreou-se como atriz no filme "A menina da rádio" (1944), de Arthur Duarte, no qual interpretava o papel da "menina Geninha" e onde contracenou, entre outros, com Maria Matos, António Silva, Curado Ribeiro e Maria Olguim.

O sucesso da "nova estrela do cinema", como se lhe referiu a imprensa da época, levou-a a voltar ao cinema, pela mão do mesmo realizador para participar em "O leão da Estrela" (1947).

A fotogenia e "naturalidade de desempenho", como escreveu jornal O Século, chamou à atenção em Espanha e em Itália.

Em Espanha participou em vários filmes, entre eles, "O hóspede do quarto n.º 13", uma coprodução luso-espanhola, e ainda "Los héroes del 95" (1947), de Raúl Afonso, "Cuándo los ángeles duermen" e "Conflicto inesperado", ambos de 1947 e de Ricardo Gascón.

Nestes dois últimos filmes contracenou, entre outros, com o ator Amedeo Nazzari (1907-1979) que levou a que o realizador Vittorio de Sica a convidasse para ir filmar a Itália. A atriz portuguesa recusou o convite.

Além do cinema e da rádio, a atriz participou também em várias peças de teatro, tanto em Espanha como em Portugal.

Paralelamente desenvolveu uma carreira de cantora, tendo participado em vários programas radiofónicos, designadamente no popular "Serão para trabalhadores", da ex-Emissora Nacional.

A atriz pôs fim a uma "fulgurante carreira", como noticiou a imprensa, quando casou com o médico António Pinto do Amaral, de quem se divorciou anos mais tarde.

Em 2011 foi publicada a biografia "Maria Eugénia, A menina da rádio", de autoria de Rute Silva Correia.