A curta-metragem foi rodada integralmente em Moçambique, em Inhambane e Maputo, e é "um retrato fragmentário e engraçado de uma juventude que sonha, desespera, faz limpezas, engata e que trepa aos embondeiros", lê-se no programa do festival.

Em declarações à Lusa, o cineasta disse que espera que o prémio seja "uma oportunidade para que o filme possa ser mais mostrado".

Ico Costa contou que a curta-metragem, para a qual escreveu o argumento, nasceu da vontade de regressar à cidade de Inhambane, no sul de Moçambique, onde viveu durante um ano, e "observar as pessoas e captar os diálogos", mostrando que, apesar da pobreza, o "modo de vida não é tão soturno".

O realizador adiantou que acabou, em fevereiro, a rodagem de um novo filme, na vila de Avô, no concelho de Oliveira de Hospital, que é um retrato ficcionado do interior de Portugal. O filme, em fase de pós-produção, deverá estar concluído no próximo ano.

"Nyo Vweta Nafta" estreou-se na competição internacional do Festival Internacional de Cinema de Roterdão, na Holanda, sendo a quinta curta-metragem de Ico Costa e a primeira desde que terminou a sua formação no Le Fresnoy - Studio National des Arts Contemporains, em França.

Outro português, o compositor Rodrigo Leão, ganhou o prémio para banda sonora original com "No Intenso Agora", realizado pelo brasileiro João Moreira Sales.

O filme combina imagens de arquivo do Maio de 68, a revolução estudantil em França, a repressão da Primavera de Praga por tropas soviéticas empenhadas em não deixar a Checoslováquia sair do domínio comunista e o percurso da mãe do cineasta pela China no ano da Revolução Cultural comunista.

Três documentários portugueses fizeram parte da programação do Cinéma du Réel, entre os quais "Luz Obscura", de Susana de Sousa Dias, em competição na secção de longas-metragens documentais, e "O Cinema, Manoel de Oliveira e Eu", de João Botelho, fora de competição.

Susana de Sousa Dias, que foi distinguida em 2010 com o grande prémio do festival com o filme "48", fez agora a estreia mundial de "Luz obscura", um filme que deverá ter estreia portuguesa em maio, no âmbito do IndieLisboa – Festival Internacional de Cinema Independente.

O Cinéma du Réel teve início no passado dia 24 de março, no Centro Georges Pompidou, em Paris, e encerra no domingo, depois de exibidos 43 filmes, que foram selecionados, entre 2.800 propostos, provenientes de 135 países.

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