Peter Jackson, realizador da saga «O Senhor dos Anéis» e «O Hobbit», que contribuiu para revitalizar a carreira de Christopher Lee, comentou no seu Facebook que o ator «falava sete línguas e era, em todos os sentidos, um homem do mundo: bem versado em arte, política, literatura, história e ciência».

«Uma das minhas coisas favoritas para fazer sempre que ia a Londres era visitar Christopher e [a esposa] Gitte, onde ele me deliciava durante horas com histórias sobre a sua vida extraordinária. Adorava ouvi-las e ele adorava contá-las - elas pareciam ainda mais emocionantes porque eram verdadeiras -, história sobre o seu tempo com as SAS [força especial], ao longo da Segunda Guerra Mundial, aos anos do cinema de terror da Hammer [estúdio] e, mais tarde, o seu trabalho com Tim Burton - do qual tinha imenso orgulho.»

«Tive a sorte de trabalhar com Chris em cinco filmes e nunca deixou de ser emocionante vê-lo no estúdio. Recordo-me de ele dizer no meu 40º aniversário (ele tinha 80 na altura), «você é metade do homem que eu sou». Ser metade do homem que Christopher Lee é, é mais do que poderia desejar. Ele era um verdadeiro cavalheiro, numa era que já não valoriza cavalheiros.»

«Cresci a adorar os filmes de Christopher Lee. Durante a maior parte da minha vida fui encantado pelos grandes papéis icónicos que ele não só criou, mas continuavam a ser dele décadas mais tarde. Mas algures ao longo do caminho, súbita e magicamente, Christopher Lee dissolveu-se e tornou-se o meu amigo Chris. E adorei o Chris ainda mais.»

«Nunca haverá outro Christopher Lee. Ele tem um lugar único na história do cinema e no coração de milhões de fãs à volta de mundo. O Mundo será pior sem a sua presença.», finalizou.

Martin Scorsese, que trabalhou com o ator num dos seus últimos filme, «A Invenção de Hugo», também enviou um comunicado sobre um homem a que chamou «um grande ator, um amigo maravilhoso, um VERDADEIRO profissional».

«Penso nele todos os dias e sempre o farei», afirmou.

«Ambos desejámos que nos tivesse sido possível trabalhar mais juntos, mas foi uma alegria fazermos «A Invenção de Hugo» em conjunto. E simplesmente estar com ele, apenas a ouvir as suas histórias, naquela maravilhosa voz de barítono, histórias sobre o seu tempo durante a guerra, o seu tempo a trabalhar durante o auge da Hammer [estúdio de terror], em todos aqueles filmes maravilhosos que agora são considerados clássicos, sobre oito décadas nos filmes. A certa altura, perceberam que tesouro tinham e fizeram-no Sir Christopher. E isso é como deveria ser.»

Tim Burton, Elijah Wood e Roger Moore foram outras personalidades que comentaram o desaparecimento do artista.

Foi noticiado na quinta-feira que Christopher Lee morrera no domingo de manhã aos 93 anos.