Lançada em setembro de 2015, a iniciativa "Cinema nas Aldeias" tem levado a projeção de filmes a várias localidades do interior do concelho de Odemira, tendo o município promovido desde então 16 sessões, que contaram com "uma média de 40 a 50 espetadores", revelou a vereadora responsável pelo projeto, Deolinda Seno Luís.

"Sendo o maior concelho do país, temos também um interior que tem sofrido com a desertificação e com o envelhecimento e pretendemos desta forma promover a dinamização dessas zonas", explicou a autarca, em declarações à agência Lusa.

Até porque, fez questão de enquadrar, as distâncias a percorrer e o envelhecimento da população dificultam a deslocação dos munícipes às duas únicas localidades do concelho onde há cinema mais frequentemente, Odemira e Vila Nova de Milfontes.

"Não é fácil a população deslocar-se a estas localidades", disse Deolinda Seno Luís, que adiantou haver ainda uma segunda intenção na projeção de filmes em diversas aldeias, já que a iniciativa "apela à memória coletiva da população", remetendo para o tempo em que o “cinema ambulante" era mais comum.

O cinema é levado às aldeias por António Feliciano, "o último projecionista ambulante do país", que reside no concelho e é proprietário do cinema Girasol, em Vila Nova de Milfontes.

As sessões têm decorrido em parceria com associações locais, que cedem o espaço, em sala ou ao ar livre.

Os filmes portugueses "O Pátio das Cantigas", em setembro de 2015, e "Os Sete Pecados Rurais", em junho deste ano, foram os primeiros filmes a passar no ‘grande ecrã’ ambulante.

"Um Santo Vizinho", do realizador Theodore Melfi, é o primeiro filme estrangeiro a passar, devidamente legendado, nas próximas sessões agendadas para dia 07, em Luzianes-Gare, dia 09, na Ribeira do Seissal, dia 12, em Bicos, e dia 14, em Santa Clara-a-Velha, sempre às 21:30.