Regina Pessoa é a autora das curta-metragens
«Noite» (1999) e
«História trágica com final Feliz» (2005), sendo esta um dos filmes mais premiados de sempre do cinema de animação, com mais de 50 galardões. Juntamente com
«Kali, o Pequeno Vampiro» - que está em competição no IndieLisboa - os filmes fazem parte de uma trilogia não programada de Regina Pessoa e é fruto de um persistente e demorado trabalho de animação.

«O filme fecha uma trilogia sobre a infância (...). Eu senti que tinha necessidade de fechar este tema com um filme em que o personagem consegue ser o que é», afirmou a realizadora, de 43 anos, à agência Lusa.

«Kali, o pequeno vampiro», com desenho e gravura em computador, conta a história de um pequeno vampiro que não gostava de estar no escuro e queria ser como as outras crianças. Mas há um momento decisivo no encontro com outros meninos que mudará o modo dele de encarar o mundo.

O filme, que é uma coprodução entre Portugal, França, Canadá e Suíça, tem música original dos Young Gods e narração do ator Christopher Plummer na versão em inglês e do realizador Fernando Lopes na versão portuguesa. Estas participações foram conseguidas através das coproduções internacionais e de contactos de amigos.

Para a narração do filme em inglês, Regina Pessoa queria uma voz masculina mais velha - que estivesse a recordar um momento de infância - e tinha três nomes na cabeça: Leonard Cohen,
Christopher Plummer ou
Donald Sutherland. «Já que é para sonhar, sonha-se em grande», recorda Regina Pessoa.

A escolha recaiu em Christopher Plummer, 82 anos, premiado este ano com um Óscar.

Depois de passar no IndieLisboa - hoje, segunda e quarta-feira - «Kali, o Pequeno Vampiro» integrará em junho a competição do Festival de Annecy, o mais importante do mundo no cinema de animação e onde em 2006 Regina Pessoa venceu o Grande Prémio com «História Trágica com Final Feliz».

A realizadora admite que os 50 prémios que este filme conquistou trouxeram «respeito», mas não facilitaram o acesso a mais apoios financeiros: «Dá a sensação que o mérito não tem qualquer valor». «História trágica com final feliz» foi uma situação «excecional» que «dificilmente se repetirá», disse Regina Pessoa.

Depois de Annecy, Regina Pessoa espera estrear o filme em sala e inaugurar uma exposição com as ilustrações em junho ou em outubro na Escola Superior de Artes e Design de Matosinhos, em parceria com o Museu de Serralves, do Porto.

Atualmente, Regina Pessoa aguarda que o Instituto do Cinema e do Audiovisual desbloqueie os concursos de apoio financeiro e os dez mil euros de um financiamento já aprovado para poder arrancar com um novo filme de animação. Chama-se «A Contabilidade dos Dias» e é sobre o processo de envelhecimento.

O FestivaL Internacional de Cinema Independente de Lisboa - IndieLisboa - termina a 06 de maio.

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