Se a moda pega, pode revolucionar os hábitos de muitos espectadores de cinema.

A Rússia está a debater a proposta do ministro da Cultura, Vladimir Medinsky, para aumentar o preço dos bilhetes para os filmes de Hollywood.

O objetivo é o de proteger a indústria cinematográfica russa.

"Estamos convencidos que novas medidas protecionistas devem ser introduzidas para proteger a indústria de cinema russa da competição desigual da parte de Hollywood", explicou este responsável político à agência Interfax.

"Imagine-se o que seria se um stand de automóveis oferecesse veículos locais e americanos ao mesmo preço?", acrescentou, recordando que "agora, os preços para Hollywood e os filmes nacionais custam o mesmo, 230 rublos" [cerca de 3,6 euros].

Na verdade, o preço médio dos bilhetes de 2016 ficou nos 252 rublos [3,95 euros], de acordo com um jornal do setor.

O ministro não avançou com nenhum valor específico sobre o preço dos bilhetes "americanos" pois ainda está a fazer contactos para obter o apoio dos pesos-pesados da indústria local para a sua proposta.

Esta não seria a primeira medida para proteger os filmes russos: desde 2015 que a agência governamental do setor tem autoridade para definir as estreias, dando preferência aos títulos nacionais quando existem choques de datas.

Apesar disso, os resultados de bilheteira não sofreram grandes alterações e os filmes russos só representaram 18% do total das receitas de 2016. O ministro quer pelo menos 20%.

Perante os resultados desanimadores, as autoridades introduziram medidas mais rigorosas para o acesso ao apoio estatal.

O Kremlin encara o cinema como um instrumento de propaganda e aumentou o financiamento aos projetos que elevem o espírito patriótico e "desencorajem "o extremismo".

No âmbito dessa estratégia política, os temas prioritários são os feitos militares e a Revolução Russa de 1917, "heróis que combatem o crime, terrorismo e extremismo", além de histórias sobre "trabalho exemplar", "valores tradicionais" e "as ações construtivas da sociedade civil".