O responsável pela tutela da cultura falava numa audição na Comissão Parlamentar de Educação, Ciência e Cultura, na Assembleia da República, onde foi interpelado pelos deputados sobre várias questões relacionadas com os apoios às artes e sobre o património.

«Eu gostaria de estar numa fase mais adiantada de aplicação do Plano Nacional de Cinema, mas existe algum atraso. Estamos neste momento a fazer formação e espero que até ao final deste ano letivo iremos ter filmes a serem projetados em 23 escolas do país», disse o secretário de Estado.

Elaborado em parceria entre a Secretaria de Estado da Cultura e o Ministério da Educação, o Plano Nacional de Cinema (PNC) deveria funcionar de forma experimental neste ano letivo de 2012/2013, mostrando filmes em 23 escolas do país, públicas e privadas, em vários contextos educativos.

Contactados pela agência Lusa, os responsáveis de algumas das 23 escolas selecionadas indicaram que chegou a ser feita formação de docentes, mas foram raras as sessões já realizadas para os alunos, tendo sido identificados impedimentos relacionados, por exemplo, com questões de direitos de autor.

O Plano Nacional de Cinema foi apresentado em setembro pelos então secretário de Estado da Cultura, Francisco José Viegas, e do Ensino Básico e Secundário, Isabel Leite, sendo que ambos já foram substituídos no cargo.

A mudança de responsáveis nas duas tutelas terá atrasado a aplicação efetiva do projeto e não chegou a ser publicado o despacho conjunto a oficializar o Plano Nacional de Cinema.

Hoje, perante questões dos deputados, Jorge Barreto Xavier indicou que no próximo ano letivo o PNC deverá estar a funcionar em pleno, no âmbito do trabalho conjunto entre o Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA), da Cinemateca Portuguesa e da Direção-Geral de Educação.

Entre os filmes sugeridos no PNC para serem exibidos aos estudantes portugueses constam, por exemplo,
«Aniki Bóbó», de
Manoel de Oliveira,
«O Garoto de Charlot», de
Charlie Chaplin,
«Serenata à Chuva», de
Stanley Donen e
Gene Kelly, e
«Eduardo Mãos de Tesoura», de
Tim Burton.

Na lista apresentada em setembro estavam também filmes de
João Salaviza,
Regina Pessoa,
José Miguel Ribeiro,
Luís Filipe Rocha e
Fernando Lopes, de
Abbas Kiarostami,
Martin Scorsese,
Steven Spielberg e
François Truffaut.