Afinal, os maus resultados nas bilheteiras americanas de "Baywatch: Marés Vivas", "Piratas das Caraíbas: Homens Mortos Não Contam Histórias" ou "Emoji: O Filme" não são culpa do Rotten Tomatoes (RT).

Um estudo do Entertainment Technology Center, na Universidade do Sul da Califórnia, diz que não só não existe uma relação direta como os resultados "sugerem de forma esmagadora que não existe correlação positiva ou negativa em 2017 entre as percentagens do RT e das receitas de bilheteira".

Em Hollywood existe a convicção de que o site, que agrega as críticas profissionais e divide-as entre positivas e negativas para chegar a um consenso, o "Tomatometer", está a a contribuir para "diminuir o potencial negócio dos filmes de pipoca", que eram considerados "à prova dos críticos" ou seja, eram sucessos quer fossem bem ou mal recebidos.

HOLLYWOOD CULPA SITE "ROTTEN TOMATOES" POR DESILUSÕES DE "PIRATAS DAS CARAÍBAS E BAYWATCH.

Apesar das críticas apontadas ao RT, alguns defendem que se tornou uma poderosa ferramenta para ajudar as pessoas a tomar decisões: se tiver 60%, o filme recebe o certificado favorável de 'fresh' , mas se for menos é considerado 'rotten' [podre] e isso pode esfriar o entusiasmo das potenciais espectadores.

Num texto publicado no seu blogue, Yves Bergquist, diretor do departamento de análise estatística do Centro,  diz que não só não existe relação entre as percentagens e as receitas nos 150 filmes que já estrearam nos EUA este ano, que está a correr mal aos estúdios, como nos títulos lançados desde 2000.

Além disso e ao contrário da noção de que os críticos não gostam dos "blockbusters", Bergquist descobriu que a percentagem de apreciação dos filmes que renderam mais de 300 milhões de dólares em todo o mundo até subiu de 73% em 2013 para 77,5% em 2017.

Ironicamente, a grande conclusão a que o estudo chegou é que as percentagens dos críticos e das pessoas que frequentam as salas... são cada vez mais parecidas.

"Não existe praticamente diferença nenhuma entre os números dos críticos e espectadores e quanto mais sucesso o filme tem nas bilheteiras, menor é a diferença", diz Bergquist.

"O que significa que os espectadores estão a tornar-se especialistas em 'cheirar' um mau filme e ficar à distância", conclui.