«Sniper Americano» está a arrastar audiências no mundo árabe, bem como uma grande dose de debate.

No Líbano, o filme de Clint Eastwood estreou sem cortes, com mais de 3100 bilhetes vendidos no primeiro dia, ficando à frente de «Taken 3», com Liam Neeson, e um êxito local.

Nos Emirados Árabes Unidos, Qatar e Kuwait, a exibição apenas foi possível após alguns cortes, em particular uma cena envolvendo o Corão. Na Jordânia, foi mesmo inicialmente rejeitado, mas será novamente submetido aos censores com novos cortes.

O Iraque, outro dos países onde estreou a 22 de janeiro e em que decorre muita da história de Chris Kyle (Bradley Cooper), o mortífero atirador do exército americano, o filme acaba por refletir as grandes divisões políticas do país.

Em Bagdade, o filme foi retirado antes da estreia por receio de servir de incentivo a protestos e violência, mas na parte norte semi-autónoma do país, nas cidades curdas de Irbil, Suleimaniya e Dohuk, a mesma distribuidora avançou com a exibição com grande sucesso, ficando apenas atrás de «Taken 3».

Em jeito de explicação para o fenómeno, um dos gestores de salas de cinema afirmou que «os curdos não são grandes apreciadores dos naturais de Bagdade, portanto não têm grandes problemas em verem-nos ser alvejados por um americano».