O filme do consagrado realizador alemão inaugurou a disputa pela Concha de Ouro, o principal do certame, disputado entre 18 longa-metragens no festival basco, que distribuirá os prémios a 30 de setembro.

Parte história romântica, parte thriller ambientalista, "Submergence" conta a saga de uma cientista, interpretada pela sueca Alicia Vikander, que tenta comprovar a origem da vida nas profundezas do mar, quando conhece, por acaso, um espião que combate o extremismo islâmico, interpretado pelo escocês James McAvoy.

"É uma história romântica, construída de forma intelectual", explicou Vikander, vencedora em 2016 do Óscar de Melhor Atriz Secundária pelo filme "A Rapariga Dinamarquesa" e que substituirá Angelina Jolie no papel da heroína de videojogos Lara Croft no cinema.

Aos 28 anos, a atriz aglutinou os flashes na sexta-feira no tapete vermelho de San Sebastián (norte da Espanha), por onde desfilarão estrelas como Glenn Close, Arnold Schwarzenegger, Antonio Banderas, Penélope Cruz, Javier Bardem e Monica Bellucci.

Terrorismo

Filmado entre a Europa e o Djubuti - "o mais próximo a que conseguimos chegar da Somália", onde decorre parte da ação, explica Wenders -, "Submergence" tenta abordar o tema do terrorismo de uma forma "séria e sem preconceitos", segundo o realizador de "Paris, Texas" e "Buena Vista Social Club".

"Parte do problema é criado pela nossa própria civilização (...) e tem que ver com o desequilíbrio entre pobres e ricos", destacou Wenders. "Declarar guerra ao terrorismo em 2001 foi o melhor que pôde acontecer aos grupos terroristas, de facto criámos um monstro", afirmou.

"Esperamos ver filmes maravilhosos e estamos felizes de estar aqui", disse o ator e realizador norte-americano John Malkovich, presidente do júri da seção oficial, na festa de abertura do festival, quando o cineasta finlandês Aki Kaurismaki foi homenageado.

Presença latina

Presente em todas as seções do festival, a América Latina foi representada na abertura da mostra com a exibição, nesta sexta-feira, de "Uma Mulher Fantástica", candidato chileno ao Óscar e ao Goya (prémio máximo do cinema espanhol), que conta a história da transgénero Marina, uma empregada e aspirante a cantora sobre quem recaem todas as suspeitas quando o seu namorado morre repentinamente.

Além de continuar a apoiar a América Latina na seção Cinema em Construção, que financia a finalização de filmes para que cheguem aos cinemas, o festival entregará o prémio honorário Donostia a um dos atores imprescindíveis da filmografia regional, o argentino Ricardo Darín.

Ao lado de Darín, que aproveitará a oportunidade para apresentar o seu último filme, "La cordillera", em que interpreta um presidente argentino, serão homenageadas as trajetórias da atriz italiana italiana Monica Bellucci e da cineasta francesa Agnès Varda.

O festival apresentará uma novidade: pela primeira vez estreará um filme produzido pela plataforma digital Netflix, "Fe de etarras", assim como duas séries televisivas, uma delas do espanhol Alberto Rodríguez ("La isla mínima").

O evento conta ainda com três filmes portugueses em competição. "Spell Reel", primeira longa-metragem de Filipa César, e "Flores", curta-metragem de Jorge Jácome, estão ambos numa secção dedicada "às propostas cinematográficas mais variadas, surpreendentes e apetecíveis do ano".

O filme "Spell Reel", estreado no Festival Internacional de Cinema de Berlim, em fevereiro, usa imagens de arquivo da guerra da independência da Guiné-Bissau, para explorar como estes registos influenciam a criação e legado da história de um país.

Em "Flores", distinguido em maio no IndieLisboa, Jorge Jácome imagina o arquipélago dos Açores destruído por uma praga de hortênsias.

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