Sylvester Stallone não voltará a ser Rambo.
Essa é a garantia que a estrela deixou durante uma extensa entrevista à Variety de que a revista tem vindo a revelar excertos.
Apesar de ter trabalhado durante anos num argumento para um potencial "Rambo V", as razões avançadas são compreensíveis.
"O coração quer, mas o corpo diz 'Fica em casa!'", revelou Stallone, já com 69 anos e que foi o icónico veterano da Guerra do Vietname pela primeira vez em "A Fúria do Herói", de 1982.
"É como com os lutadores que decidem voltar para um último combate e levam uma tareia. Deixo-o para outra pessoa."
Outras observações sobre a satisfação com onde o quarto filme, "John Rambo", de 2008, deixou a personagem, parecem indicar que, se depender de Stallone, no cinema a reforma é definitiva.
"Sabe quando se percebe que não há mais nada a fazer? Como filme de ação, fiquei muito contente que tivesse lidado com a situação birmanesa. Tinha um pé num assunto atual, a mais longa guerra civil na história, 65 anos naquela altura. Era tão brutal, como é uma guerra civil, fiquei chocado que eles [a comissão que classifica os filmes nos EUA] me tivessem dado a classificação R [filme cujo visionamento a menores de 17 anos exige o acompanhamento de um pai ou guardião adulto]. Não queria fazer cedências. Disse 'Este vai ser provavelmente o último filme decente deste género que vou fazer a solo'. Quando isso foi conseguido, nunca senti a mesma vontade para o voltar a fazer", desabafou Stallone.
E acrescentou: "Não resta nada. Quando me pediram para fazer outro 'Rambo', disse 'Se não consigo fazer melhor do que da última vez, e não consigo, então porquê?"
"Não quero denegrir, mas é delicado tentar substituir uma personagem com o seu filho. Já vi o filho de Flicka [cavalo], o filho de Tarzan, o filho de King Kong, o filho de Godzilla. É uma premissa muito difícil."
Já outra das suas mais célebres personagens, Rocky, parece estar longe da reforma. "Creed: O Legado de Rocky", filme pelo qual Stallone poderá ser nomeado para um Óscar de Melhor Ator Secundário e que volta a colocar o ator no papel de Balboa, ainda agora chegou aos cinemas.
"Sem dúvida que vamos fazer um "Creed 2", adiantou o CEO do estúdio MGM Gary Barber, depois do filme já ter ultrapassado os 100 milhões de dólares só nos EUA.
Stallone não tem a certeza se Ryan Coogler — em conversações com a Marvel para fazer “Black Panther” — voltaria como realizador. “Existe uma janela pequena de aceitação de uma sequela", avança a estrela. "Três anos é um pouco demais".
No entanto, as ideias já começam a circular entre os dois. E se a mais linear espelha a de “Rocky IV”, com Adonis Johnson (Michael B. Jordan) a enfrentar um russo ainda maior e mais feroz do que Ivan Drago, outra é mais ambiciosa: uma sequela ao jeito de "O Padrinho: Parte II", entre o presente e um passado antes da morte de Apollo Creed (Carl Weathers).
Stallone conta que viu recentemente Weathers na antestreia de "Creed" e este pareceu tão impressionante como há 40 anos.
"Não consigo acreditar que estive no ringue com ele. Mesmo tendo sido lutar a fingir".
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