Foi a 20 de junho de 1975 que estreou «Tubarão» e começou uma revolução na indústria de Hollywood que chegou aos nossos dias.

Nos primeiros dias, o filme de Steven Spielberg fez sete milhões de dólares nas bilheteiras dos EUA e quando se fizeram as contas, muitos meses mais tarde, eram 260 milhões.

Foi algo nunca visto: ajustado à inflação, esse valor corresponde agora a mais de mil milhões de dólares, o que nenhum filme consegue fazer («Avatar», por comparação, fez «apenas» 760 milhões em 2009-10).

Como é normal, criaram-se alguns mitos, como o de que foi com «Tubarão» que os filmes começaram a ser lançados simultâneamente em muitas salas ao mesmo tempo, em vez de estrearem aos poucos. Não é verdade: isso já tinha acontecido com «O Padrinho» (1972) e «O Monstro dos Tempos Perdidos» (1953).

Também se conta que «Tubarão» foi o primeiro filme de grande orçamento feito já a pensar que seria um grande sucesso comercial. Não é assim: «E Tudo o Vento Levou» (1939), «Ben-Hur» (1959) e «Música no Coração» (1965) foram todos pensados com esse objetivo bem elevado.

Outro mito é o de que foi o primeiro a usar a televisão como principal elemento de promoção, tal como o estúdio Universal chegou a anunciar a 9 de abril de 1975.

Só que isso aconteceu pela primeira vez com o referido «O Monstro dos Tempos Perdidos»: o que «Tubarão» confirmou é que a televisão era mesmo um elemento decisivo nas campanhas, tanto em anúncios como na presença das estrelas em programas de entretenimento.

Finalmente, conta-se que terá criado o acontecimento do «grande filme de verão», quando antes não existia qualquer padrão para o lançamento dos filmes. A história é parcialmente verdade: foi com «Tubarão e «A Guerra das Estrelas», dois anos mais tarde, que se instalou em definitivo a obsessão de Hollywood por grandes, caros e extravagantes filmes lançados durante o verão para arrastar multidões.

O que é não é um mito é que o sucesso de «Tubarão» foi histórico... e levou milhões de pessoas a evitarem as praias. Também realmente lançou a carreira de Steven Spielberg, dando-lhe o poder criativo para fazer todos os filmes que se seguiram.

E foi, acima de tudo, um grande alívio para todos após a rodagem prevista para 55 dias ter acabado em 159, os tubarões mecânicos avariarem sistematicamente (este não era o tempo dos efeitos criados por computador) e as dores de cabeça por filmar no oceano (agora é tudo feito em grandes tanques), numa sucessão de desastres que fez o orçamento duplicar para sete milhões de dólares.

O SAPO Cinema junta mais algumas curiosidades do filme a celebrar 40 anos.

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