No filme
«Her», que estreia em Portugal a 30 de janeiro,
Joaquin Phoenix interpreta um homem frágil e traumatizado que se apaixona por um sistema operativo avançado que se chama Samantha, ao qual dá voz
Scarlett Johansson. Ela nunca aparece fisicamente na película mas a sua prestação vocal tem sido elogiada de tal maneira que o seu nome começa a ser discutido para a temporada de prémios que se avizinha, a reboque do facto de ela ter efetivamente ganho troféu de Melhor Atriz no Festival de Cinema de Roma pela fita de
Spike Jonze.

Nos EUA, o Sindicato dos Actores e a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood (que atribui os Óscares) já consideraram a interpretação de Johansson elegível na categoria de Melhor Atriz Secundária, porém a Associação de Imprensa Estrangeira Sedeada em Hollywood, que promove os Globos de Ouro, acaba de fazer saber que prestação da atriz no filme «Her» não é elegível para os seus troféus, apesar dos apelos nesse sentido da Warner Bros., distribuidora da película.

O caso está a dar que falar em Los Angeles num debate que, verdadeiramente, arrancou no início dos anos 90 quando se tentou que
Robin Williams fosse nomeado aos prémios por ter dado voz ao Génio do filme de animação
«Aladdin» (que, curiosamente, lhe valeu um Globo de Ouro Especial). Nos últimos anos, tem-se intensificado a pressão para a aceitação de nomeações para interpretações em que a imagem dos atores não surja no filme, devido às cada vez mais frequentes prestações em «motion-capture» ou «performance-capture», cujos exemplos mais sonoros foram as de
Andy Serkis como Gollum na trilogia
«O Senhor dos Anéis» e
Zoe Saldana em
«Avatar».