Em comunicado difundido pelo Centro Nacional de Cultura (CNC), que instituiu o Prémio em 2013, em cooperação com a organização não-governamental Europa Nostra e o Clube Português de Imprensa, o realizador afirma-se “profundamente grato”.

“Estou profundamente grato por este prémio, porque me identifico com os princípios que lhe estão subjacentes”, afirma o realizador de “Lisbon Story”, filme que contou com a participação de Amália Rodrigues e a banda sonora do grupo Madredeus.

“A Europa é uma utopia em curso, construída, mais do que por qualquer outra coisa, pelo seu legado cultural. Temos de continuar a construir o nosso futuro comum, mas, nesse processo, não podemos deixar esquecida a preservação do nosso passado”, prossegue o cineasta, que tem sido convidado pela Comissão Europeia e pelo Parlamento Europeu para participar em diversos debates sobre assuntos europeus da atualidade.

“Os meios de comunicação digital tornam essa comunicação muito mais rápida, mas são igualmente rápidos a incitar ao esquecimento”, adverte Wenders, acrescentando que, todavia, “esses meios ajudam-nos também a armazenar e a preservar as nossas preciosas lembranças de forma duradoura e eficaz, como acontece no reino do cinema, por exemplo”.

O cineasta tem participado na iniciativa "Uma Alma para a Europa”, que promove a ligação de cidadãos com instituições democráticas em toda a Europa, com o objetivo de promover o sentido de responsabilidade pelo futuro do continente e pela democracia através da Cultura, refere o CNC.

O cineasta alemão e a mulher, Donata, criaram em 2012 a Fundação Wim Wenders, com sede em Düsseldorf. Esta fundação tem por objetivo “criar um quadro juridicamente vinculativo para reunir o trabalho cinematográfico, fotográfico, artístico e literário de Wenders no seu país natal, e torná-lo acessível de forma permanente ao público de todo o mundo”.

Todas as receitas são utilizadas para financiar o objetivo central da Fundação: a promoção de artes e cultura, não só através do restauro, disseminação e preservação do trabalho de Wenders, mas também através do apoio a jovens talentos no campo do cinema, segundo a mesma fonte.

O Prémio Europeu com o nome de Helena Vaz da Silva (1939- 2002) é uma homenagem à jornalista, escritora, divulgadora cultural e eurodeputada portuguesa, e à “sua notável contribuição para a divulgação do património cultural e dos ideais europeus”.

Atribuído, desde 2013, anualmente, a um cidadão europeu cuja carreira se tenha distinguido pela difusão, defesa, e promoção do património cultural da Europa, distinguiu, nas edições anteriores o escritor italiano Claudio Magris (2013), o escritor turco Orhan Pamuk (2014), Nobel da Literatura em 2006, e o músico espanhol Jordi Savall (2015).

No ano passado o prémio foi entregue, em ex-aequo, ao cartoonista francês Jean Plantureux, “Plantu”, e ao ensaísta português Eduardo Lourenço.