A atriz americana Zsa Zsa Gabor, Miss Hungria de 1936, falecida este domingo aos 99 anos após um ataque cardíaco, ocupou as manchetes pelos seus nove casamentos, as suas escapadelas românticas e os seus problemas legais e financeiros.
"Escandalosa, mas generosa, que nunca odiou um homem o suficiente para lhe devolver os seus diamantes", definiu-se no seu livro "How to Catch a Man, How to Keep a Man, How to Get Rid of a Man" [Como encontrar um homem, mantê-lo e livrar-se dele], publicado em 1970.
Após casar-se aos 20 anos com um diplomata turco vinte anos mais velho, Zsa Gabor teve oito outros maridos, todos a darem-lhe peles, joias e uma vida extravagante.
Ela divorciou-se sete vezes e seu oitavo casamento foi anulado no dia seguinte, uma vez que o seu último divórcio não estava concluído.
Ela casou com, entre outros, o magnata do ramo da hotelaria Conrad Hilton, com o ator britânico George Sanders e o mais recente, há 30 anos (1986), com o "autoproclamado" príncipe alemão Frederic von Anhalt, que alega ter sido adotado, adulto, pela princesa alemã Maria Augusta de Anhalt, que morreu em 1983.
Em 2010, aos 93 anos, Zsa Zsa Gabor foi hospitalizada em Los Angeles. Na época disse que queria confiar ao polémico anatomista alemão Gunther von Hagens para seu corpo para ser "plastificado" após a sua morte.
"A minha esposa sempre sonhou que a sua beleza fosse imortal", diz von Anhalt, citado pelo jornal alemão Bild.
Franca e bem disposta
Nascida em Budapeste, a 6 de fevereiro de 1917, de um pai comerciante de diamantes e uma mãe que sonhava em ser atriz, Sari Gabor tinha 24 anos quando, em 1941, deixou a Hungria com as suas duas irmãs Eva e Magda para os EUA.
As "Gabor sisters" tornaram-se famosas em Hollywood, onde Zsa Zsa, notada pela sua franqueza e humor, começou na TV.
Ela representou no cinema em "Não Estamos Casados" (Edmund Goulding, 952), "Moulin Rouge" (John Huston, 1952) e "Lili" (Charles Walters, 1953), depois em "O Inimigo Público nº 1 "(Henri Verneuil, 1953), "A Sede do Mal" (Orson Welles, 1958).
Uma verdadeira celebridade em Hollywood, ela interpretou-se a si mesma em vários filmes, como no de terror "Pesadelo em Elm Street 3" (1987).
Assim como colecionou maridos e amantes, entre os quais cita Frank Sinatra, Richard Burton e Sean Connery, Zsa Zsa Gabor acumulou problemas judiciais e financeiros.
Desta forma, foi condenada a três dias de prisão por arranhar um polícia em 1989, episódio que gozou no início de "Aonde é Que Pára a Polícia 2 1/2: O Cheiro do Medo" (1991), e depois a pagar 200.000 dólares por romper um contrato publicitário em 1993.
Em 1994, foi colocada sob proteção da lei de falências para escapar aos seus credores, após ter sido condenada a pagar 3,3 milhões de dólares por difamar a atriz Elke Sommer.
Ele processou ainda a sua única filha, Francesca Hilton, acusando-a de lhe ter roubado dois milhões de dólares, aceitando um empréstimo imobiliário garantido pela luxuosa mansão da mãe em Bel-Air (Los Angeles). Um ataque cardíaco matou Francesca em 5 de janeiro de 2015, aos 69 anos de idade.
A vida perdeu grande parte da cor para Zsa Zsa Gabor em novembro de 2002, quando sofreu um grave acidente de carro em Hollywood, que a deixou parcialmente paralisada. Um processo judicial contra sua cabeleireira, que estava a conduzir, garantiu-lhe dois milhões de dólares em indemnização.
Enfraquecida, sofreu várias hospitalizações, especialmente depois de um acidente vascular cerebral (2005), uma operação devido a uma queda (2010) e a amputação da quase toda uma perna (2011) seguida de problema cardíacos e pulmonares.
Para pagar as suas despesas médicas (21.000 dólares por mês, de acordo com o marido), ela foi então forçada a vender a sua mansão de 28 quartos em Bel Air.
Aos 74 anos, na sua biografia escrita com Wendy Leigh em 1993, Zsa Zsa Gabor lamentou que "a vida é muito curta."
Comentários