O ouro que as SS arrancaram dos pulsos, das orelhas, dos dentes de vítimas do Holocausto forneceu um retrato especialmente eloquente do regime nazi. Uma outra parte do ouro foi roubada aos bancos centrais de países ocupados e serviu para pagar matérias-primas essenciais ao esforço de guerra alemão. A Suíça foi o país mais activo na receptação desse ouro. Logo a seguir veio Portugal. No fim da guerra, os Aliados ameaçaram castigar todos os crimes e cumplicidades ligados às pilhagens nazis. Os dignitários do regime alemão esconderam toneladas de ouro, jóias e obras de arte numa mina da Turíngia, a 500 metros de profundidade. Os do regime português tentaram desfazer-se discretamente do ouro receptado, passando-o a países tão inesperados como as repúblicas populares da Polónia e da China. Tudo isto está no documentário "A Guerra do Ouro", realizado pelo jornalista da RTP Rui Araújo e por António Louçã. Nos cinco anos seguintes continuaram a emergir outras histórias desta História, como a das barras nazis encontradas no santuário de Fátima, ou a dos papéis de crédito roubados na Holanda e vendidos no mercado negro em Lisboa