O esgotamento de ideias, o excesso de Scratch e uma animação digital que não tem brilho nem originalidade face à concorrência são os elementos que se conjugam num filme que há muito já expirou a data de validade a nível criativo. A pequenada vai certamente apreciar o registo, a bicharada da Idade do Gelo, o humor pueril e as patetices de Scratch, mas onde existia uma originalidade que falava a duas vozes, para diferentes públicos, apenas encontramos um lado pueril que desilude os mais velhos.

A narrativa de "A Idade do Gelo: O Big Bang" está em contrarrelógio para salvar o mundo do impacto iminente de um meteorito e os heróis entram numa senda para impedir a extinção. A par deste relato surgem três histórias paralelas que saltam à vista: as dúvidas do mamute Manny face a perder a menina dos seus olhos para o seu genro, três aves pré-históricas com contas a ajustar com Buck (voz de Simon Pegg), o herói esquizofrénico, e a preguiça que procura o amor.

À exceção do esplendoroso "Zootrópolis", este não tem sido um ano muito famoso para a animação digital dos estúdios norte-americanos, veja-se a desilusão das sequelas de "Panda", "Nemo" e agora a rota de colisão de "A Idade do Gelo". Está na altura de dar descanso a personagens que nos deram no passado tantas horas de diversão mas agora só desiludem. Descansa em paz, "Idade do Gelo".

Trailer.