A edição, da Valentim de Carvalho, coordenada por Frederico Santiago, inclui todas as sessões de estúdio feitas na mesma época, nomeadamente gravações inéditas de temas como “Gaivota” e “Leonor”, e os ensaios com o compositor Alain Oulman e os guitarristas.

À Lusa, Frederico Santiago disse que Amália Rodrigues “inventou uma maneira de cantar que é intemporal”.

“Ela inventou uma maneira de cantar que é intemporal, que é mais moderna que a de agora, e também mais antiga que a antiga”, disse o investigador e musicólogo, segundo o qual “Amália é um daqueles artistas ao nível do Miguel Ângelo".

Frederico Santiago afirmou que, por ocasião dos 50 anos da edição do LP “Fado português”, aproveitou “para editar todos os temas que foram gravados nas mesmas sessões, e que foram editados em outras edições dispersas”.

A edição que chega hoje ao mercado contém 22 temas: os 12 do alinhamento original do álbum – “Fado português”, “Cantiga de amigo”, “Si, si, si”, “Erros meus”, “Nome de rua”, “Na esquina de ver o mar”, “Gaivota”, “Verde, verde”, “Paresito faraón”, “Sombra”, “Fado corrido” e “Ai Mouraria” -, e dez outros, também gravados na mesma altura, mas não incluídos no LP editado em junho de 1965, entre os quais se contam “Espelho quebrado”, “Cansaço”, “As águias”, “Água e mel”, “Fandangueiro” e “Lianor”.

O segundo CD é constituído por gravações inéditas, incluindo os ensaios, e uma versão nunca antes editada de “Fado português” (José Régio/Alain Oulman), gravada em 1967, “mas que fazia sentido incluir”.

Amália “só por intuição faria uma obra-prima, mas não se contentava com o muito bom, queria mesmo o excecional”, afirmou Frederico Santiago.

@Lusa