“Tivemos uma quarta-feira muito preenchida e a quinta-feira também. A expectativa para o fim de semana é, por isso, muito boa”, assinalou Nuno Mascarenhas (eleito pelo PS), numa curta declaração escrita enviada à Lusa.

Remetendo para a próxima semana os dados oficiais sobre o número de festivaleiros que acorreu a Porto Covo (dias 22 a 24) e Sines (25 a 29), o autarca assume, desde já, que “a dimensão que o FMM tomou nestes anos” obriga a “pensar o festival com maior profundidade” e a “acompanhar esse crescimento do ponto de vista da organização”.

“Temos, sem dúvida, que melhorar alguns aspetos, sobretudo no que diz respeito ao acolhimento dos espectadores e à experiência do festival”, reconheceu.

O FMM, organizado anualmente pela Câmara Municipal de Sines, atrai alguns milhares de pessoas à costa alentejana, guiadas pelo lema “Música com espírito de aventura".

Porto Covo primeiro e Sines depois transformam-se num “porto” para artistas mais e menos conhecidos, como disse o diretor artístico e de produção do FMM, Carlos Seixas, quando falou à Lusa antes do arranque da 23.ª edição do festival.

Durante uma semana, artistas de 27 países diferentes asseguraram 42 concertos a um público disponível para ouvir sonoridades novas e desconhecidas.

Neste ano, Portugal fez-se representar com nove artistas, o último dos quais, B Fachada, atuará hoje, às 18:00.

África foi a origem de mais de um terço dos artistas, com destaque para a delegação de países lusófonos.

O fecho do festival é revelador: três dos concertos trarão música vinda de Moçambique, com Ghorwane (23:30), Cabo Verde, com Os Tubarões (00:45), e Guiné-Bissau, com Super Mama Djombo (02:15).

Antes disso, o castelo de Sines abrirá portas com o português B Fachada, a brasileira Céu (21:00) e a nigeriana Nneka (22:15).

O dia de sábado começa com Bedouin Burger, duo formado pelo produtor e músico libanês Zeid Hamdan e pela cantora, compositora, instrumentista e artista visual síria Lynn Adib (16:30, Pátio das Artes) e termina com Bamba Wassoulou Groove, do Mali, no palco junto à praia (03:30, Avenida Vasco da Gama).

No discurso que fez na quarta-feira, na abertura oficial do FMM, no castelo de Sines, Nuno Mascarenhas destacou o festival por permitir ao público “assistir a espetáculos onde o que conta é […] a música e a mensagem”.

O Músicas do Mundo – frisou – assume-se como um “festival de serviço público”, que programa com base “nos valores humanos, da diversidade, dos direitos, da igualdade, da inclusão e da interculturalidade”.

Vencedor da categoria Melhor Programa Cultural nos últimos Iberian Festival Awards, o FMM não é feito apenas de concertos, oferecendo uma programação de atividades paralelas (debates e conversas, feira do livro e do disco, oficinas e sessões de divulgação científica, ateliês infantis e música para bebés e até visitas aos bastidores do festival).