Em declarações à Lusa, a fadista, natural de Coimbra, afirmou que “ouvir fado era uma prática quotidiana em casa”.

“Fui crescendo num meio em que se ouvia fado - Amália Rodrigues, Hermínia Silva, Alfredo Marceneiro -, e hoje o que sou é reflexo desta vivência, e comecei a cantar, porque gosto mesmo muito”, disse a intérprete.

Aos 11 anos cantou numa festa de escola e, pouco tempo depois, “já cantava em algumas casas de Coimbra, e também em Lisboa, nomeadamente no espaço Mesa de Frades e no Senhor Vinho".

“Sinto-me bem a cantar fado, seja ele o tradicional, seja o fado-canção, mas especialmente no fado tradicional, por causa do improviso, isto é, a possibilidade de poder improvisar sobre uma mesma linha melódica, é algo que me fascina”, afirmou Beatriz.

O álbum é constituído por 12 temas, entre eles “Barco negro”, “Foi Deus”, “Estranha forma de vida” e “Maria Lisboa”, do repertório de Amália Rodrigues, uma “Marcha da Mouraria”, criação de Beatriz Costa, “Fado tropical”, de Chico Buarque, e “Coimbra (Avril au Portugal)”, uma criação de Alberto Ribeiro.

Dos temas inéditos, dois têm letras suas, “No reino de Portugal” e “Fado é a minha vida”, ambos com música de Pablo Lampidusas, que assina a produção, e o terceiro é “Fado alegre”, de Jôko (letra e música).

Referindo-se aos temas da sua autoria, a fadista afirmou: “Foi algo que senti naquele momento e decidi colocar no papel e, de facto, apesar de ainda estudar, considero que a opção está feita, e o fado é a minha vida”.

À Lusa, a jovem intérprete adiantou que parte das férias escolares serão em Lisboa, “para conviver e conhecer, procurando estar mais dentro do meio”.

“Conto ir à Mesa de Frades e, especialmente, ao Senhor Vinho, onde aprendo muito no convívio com a Maria da Fé, que gosta de nos ensinar, e o fado é essencialmente uma tradição oral”, a firmou à Lusa.

O disco, que a fadista apresenta no próximo dia 17 de julho, nas festas de Penacova, “surgiu na sequência deste convívio", tendo escolhido os temas que achou "mais interessantes, procurando integrar diferentes géneros, desde a marcha ao fado de Coimbra, passando pelo fado tradicional e o fado-canção”.

Entre os escolhidos consta “Bia da Mouraria”, de António José e Nóbrega e Sousa, que “é uma história muito fresca e jovial” a que também achou graça pelo facto de a protagonista ter o seu nome, “Bia”, diminutivo de Beatriz.

Neste álbum, a fadista é acompanhada pelos músicos Guilherme Banza, na guitarra portuguesa, Nélson Aleixo, na viola, e Gustavo Roriz, no contrabaixo.

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